ALLAN KARDEC

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

CULPA, PERDÃO E AUTOPERDÃO



"A excelência do sentimento do perdão saiu das hostes da religião e adentrou nos conceitos terapêuticos da psicologia e da medicina. Ninguém mais tem dúvida de que a sanidade mental e o equilíbrio emocional tem raízes profundas no indivíduo que consegue exercer e receber o perdão.
Desta forma, somos chamados diariamente a praticar o perdão no lar, no trabalho, no convívio social, nas pequenas coisas do cotidiano para que, quando necessário, possamos utilizá-lo nas grandes mágoas. É como o treinamento de um atleta de alto performance: muito exercício para atingir grandes vitórias.
O prefixo PER significa ao todo, total; DOAR, dar. Doar, totalmente, esforço por amar um pouco mais.
Se alguém pisar no pé que está com a unha inflamada, cuja dor é muito superior, precisará de um esforço maior ainda...
Às vezes o perdão é quase instantâneo, também pode demorar algumas horas, dias, meses, anos, séculos, algumas reencarnações.
Mas se entender que o perdão é inevitável às conquistas da paz, da felicidade, peça fundamental na evolução do ser, e que sem o perdão sempre haverá pendências que mais cedo ou mais tarde deverão ser sanadas, o indivíduo, racionalmente, empreenderá todos os esforços para atingir este intento.
No capítulo 10 de O Evangelho segundo o Espiritismo ( Bem-aventurados os misericordiosos ) o Apóstolo Paulo afirma:
Perdoar os inimigos é pedir perdão para si mesmo. Perdoar os amigos é dar-lhes prova de amizade. Perdoar as ofensas é mostrar que se tornou melhor do que antes. Perdoai, portanto, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe...
Quando estamos perdoando o outro, estamos também exercendo o autoperdão; um é consequência do outro, porque somos com o outro como somos conosco mesmo.
Allan Kardec indica no livro O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo, a psicoterapia do perdão e autoperdão: arrependimento ( dar-se conta que errou ), expiação ( desconforto e sofrimento moral pelo equívoco ) e reparação ( o ato final, a corrigenda do erro ).
O verdadeiro perdão envolve atividades reparadoras.
Mágoas, culpas e ressentimentos servem como alerta, um despertador avisando que alguma coisa na nossa conduta está equivocada.
Quando não trabalhadas com  a tolerância e o perdão, trazem como consequências transtornos psiquiátricos ou doenças físicas.
Emmanuel, na obra Pronto Socorro, nos diz que o remorso é lampejo de Deus sobre o complexo de culpa que se expressa por enfermidade da consciência.
Como se vê no futuro? Como afirmou Pierre Das, líder francês da resistência nazista da Segunda Grande Guerra Mundial o futuro é o passado em preparação.
Que passado queremos ter daqui a 20, 30 anos ou na dimensão espiritual ou nas próximas reencarnações?
Vale a pena investir no perdão consigo mesmo e com o outro para que o remorso e o arrependimento não sejam nossos companheiros no futuro."


LUIZ ROBERTO SCHOLL
robertoscholl@terra.com.br
Santo Ângelo, RS ( Brasil )


( Texto extraído da Revista "O Consolador", nº 294, de 13 de Janeiro de 2013, do site
www.oconsolador.com.br )

SUCESSO E FRACASSO



"O homem tem necessidade de enfrentar desafios. São eles que o impulsionam ao crescimento, ao desenvolvimento de suas aptidões e potencialidades, sem o que permaneceria sem objetivo.
Saturado do habitual aspira pelo inusitado.
Apaixonado pelo bom, pelo nobre, pelo belo liberta-se a esforço que supera a vulgaridade, o tédio, o ego dominador.
Harmoniza o Self com o Cosmo e busca integração no conjunto geral, sem perda de identidade, nem de individualidade.
O sucesso é sempre o prêmio para quem luta e aspira por ascensão, poder, destaque.
Não se tratam de buscas egóicas, mas de instrumentos de uso para conseguir a vigência dos ideais.
O poder é ferramenta neutra.
A aplicação que lhe é dada responde pelos efeitos que produz.
Proporciona os meios hábeis para as realizações.
Ter, possuir para manter-se com dignidade, em segurança econômica, social, emocional, é um sentido existencial através do qual se harmonizam algumas necessidades psicológicas.
Qualquer tipo de carência aflige, e quando se faz pronunciada, expressando-se em um meio social ou em uma situação econômica angustiante leva a crises desestruturadoras do comportamento.
O sucesso significativo, porém, se expressa como a atitude de equilíbrio entre o conseguir e o perder.
Nem todas as respostas da luta são positivas, de triunfo.
O fracasso, desse modo, faz parte integrante do comportamento da busca.
Não se deter, quando por ele visitado, retirar a lição que encerra, analisar os fatores que o produziram, a fim de que não se repita, e recomeçar, quantas vezes se faça necessário, eis a forma de torna-lo um sucesso verdadeiro.
A rebelião ante a sua ocorrência, a desestruturação íntima, a perda do sentido da luta, além de constituírem prejuízo emocional, representam fracasso real.
O insucesso de um cometimento pode tornar-se experiência que predispõe ao triunfo próximo.
O importante e essencial, no entanto, é sair vitorioso na luta final, aquela que define o combate.
O homem de sucesso ou de fracasso exterior deve vigiar o comportamento íntimo para detectar como se encontra realmente, e remanejar a situação.
Produzir a harmonia entre o eu superior e o ego é que realmente representa sucesso ideal."


Joanna de Ângelis


( Texto extraído do livro "Amor, Imbatível Amor", do Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco )