ALLAN KARDEC

domingo, 16 de dezembro de 2012

O QUE É A MORTE?



"A primeira sensação de identidade que se sente depois da morte parece aquela que se sente ao despertar durante a vida, quando, retornando pouco a pouco à consciência da manhã, se está ainda atravessado pelas visões da noite.
Solicitado pelo futuro e pelo passado, o Espírito procura, ao mesmo tempo, retomar plena posse de si mesmo e agarrar as impressões fugidias do sonho desvanecido, que passan ainda nele com o seu cortejo de quadros e de acontecimentos.
Por vezes, absorvido por essa retrospecção de um sonho cativante, sente sob a pálpebra que se fecha, as urdiduras da visão se renovarem, e o espetáculo continuar; ao mesmo tempo, ele cai no sonho e numa espécie de sonolência.
Assim balança a nossa faculdade pensante ao sair desta vida, entra uma realidade que ela ainda não compreende.
Nesta situação do Espírito, não há nada de espantoso em que alguns não creiam estar mortos.
A morte não existe.
O fato que designais sob este nome, a separação do corpo e da alma, não se efetua, verdadeiramente
dizendo, sob uma forma material comparável às separações químicas dos elementos no mundo físico. Não se percebe mais dessa separação definitva que não parece tão cruel do que a criança recém-nascida não se percebe de seu nascimento; somos nascidos na vida futura como o fomos na vida terrestre.
Unicamente, não estando mais envolvida das faixas corpóreas que a revestem neste mundo, adquire mais prontamente a noção do seu estado e de sua personalidade.
Esta faculdade de percepão varia, no entanto, de uma alma a outra.
Há as que durante a vida do corpo, não se elevaram jamais para o céu e jamais se sentiram ansiosas em penetrar as leis da criação.
Aquelas, ainda dominadas pelos apetites corpóreos, permanecem por muito tempo no estado de perturbação insconciente.
Há outras delas, felizmente, que, desde esta vida, voam sobre suas aspirações aladas para os cimos do belo eterno; aquelas vêem chegar com calma e serenidade o instante da separação; elas sabem que o progresso é a lei da existência e que entrarão no além, numa vida superior àquela sua daqui; seguem passo a passo a letargia que prepara o seu coração, que quando o último batimento, lenta e insensível, o detém em seu curso, elas já estão acima de seu corpo, do qual observam o adormecimento, e, livrando-se dos laços magnéticos, elas se sentem rapidamente levadas, por uma força desconhecida, para o ponto da criação onde suas aspirações, seus setimentos, suas esperanças, as atraem."
( Camille Flammarion, professor de astronomia, ligado ao observatório de Paris )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Março de 1867, de Allan Kardec )

domingo, 2 de dezembro de 2012

A COMÉDIA HUMANA


"A vida do Espírito encarnado é como um romance, ou antes como uma peça de teatro, da qual cada dia percorre-se uma folha contendo uma cena.
O autor é o homem; as personagens são as paixões, os vícios e as virtudes, a matéria é a inteligência, disputando a posse do herói que é o Espírito.
O público é o mundo em geral, durante a encarnação, os Espíritos na erraticidade, e o censor que examina a peça para julgá-la em última instância e estimular uma censura ou um louvor ao autor, é Deus.
Fazei, pois, de sorte de vos aplaudir o mais frequentemente possível.
Não procureis o interesse senão nas situações naturais que possam servir para triunfar a virtude, desenvolver a inteligência e moralizar o público.
Lembrai-vos que a posteridade vos apreciará o justo valor!
Quando a peça acabar e a cortina, atirada sobre a última cena, vos colocar em presença do gerente universal, do diretor infinitamente onde se passa a comédia humana: estareis a sós com o juiz supremo, imparcial, equitativo, justo.
Que a vossa obra seja séria e moralizadora, porque é a única que tem algum peso na balança do Todo-Poderoso.
É preciso que cada um restitua à sociedade pelo menos o que dela recebe.
Aquele que dela se vá sem restituir ao menos o que lhe dispensou, é um ladrão, poque esbanjou uma parte do capital inteligente e nada produziu.
Todos podem ser honestos, bons cidadãos, e restituir à sociedade o que a sociedade lhes emprestou.
Para que o mundo esteja em progresso, é preciso que cada um deixe uma lembrança útil de sua personalidade, uma cena a mais nesse número infinito de cenas úteis que os membros da Humanidade deixaram desde que a vossa Terra serve de lugar de habitação aos Espíritos.
Fazei, pois, que se leia com interesse cada uma das folhas de vosso romance e que não se a percorra unicamente de olhar, para fechá-la com tédio, antes de ter lido a metade."
( Eugène Sue )

( Texto extraído da "Revista Espírita", Março de 1867, de Allan Kardec )

A SOLIDARIEDADE


"Glória a Deus, e paz aos homens de boa vontade!
O estudo do Espiritismo não deve ser vão.
Para certos homens levianos, ele é um passatempo; para os homens sérios, ele deve ser sério.
Refleti em uma coisa antes de tudo. Não estais sobre a Terra para nela viver à moda dos animais.
Tudo vive, tudo respira na Natureza, só o homem sente e se sente.
Homem, sede homem; sabei donde vindes e para onde ides.
Sois o filho amado daquele que tudo fez e que vos deu um fim, um destino que deveis cumprir sem conhecê-lo absolutamente.
Vós SOIS, sede-o reconhecendo; mas, ser não é tudo, é preciso ser segundo as leis do Criador, que são vossas próprias leis.
Lançai na existência, sois ao mesmo tempo causa e efeito.
Mas, as vossas leis podeis segui-las. Ora a principal é esta: O homem não é um ser isolado, é um ser coletivo.
O homem é solidário do homem.
É em vão que procura a felicidade em si mesmo ou naquilo que o cerca isoladamente: ele não pode encontrá-la senão no HOMEM ou na HUMANIDADE.
É da moral o que vos ensino.
Olhai ao vosso redor, o que nada de mais ordinário, do que a necessidade de vos alimentar e de vesitr?
É a isto que tendem os vossos cuidados, todos os vossos esforços.
O Espiritismo bem compreendido é para a vida da alma o que o trabalho material é para a vida do corpo.
Ocupai-vos dele neste obejtivo, e tende por certo que, quando o tereis feito, para vos melhorar moralmente, a metade do que fizestes para melhorar a vossa existência material, tereis feito dar um grande passo à Humanidade."
( Um Espírito )

( Texto extraído da "Revista Espírita", Março de 1867, de Allan Kardec )

COMUNICAÇÃO PROVIDENCIAL DOS ESPÍRITOS


"Os tempos são chegados em que a palavra do profeta deverá ser cumprida: "Derramarei, disse o Senhor, de meu Espírito, sobre toda a carne, e vossos filhos profetizarão, vossos velhos terão sonhos."
O Espiritismo é esta difusão do Espírito Divino vindo instruir e moralizar todos esses pobres deserdados da vida espiritual que, não vendo senão a matéria, esquecem que o homem não vive só de pão.
À alma, emanação do Espírito Criador, é preciso um alimento espiritual.
Enquanto o homem niglegencia em cultivar o seu Espírito e permanece absolvido pela procura ou a posse dos bens materiais, sua alma está de alguma sorte estacionária.
É por isto que, apesar dos ensinos dados pelo Cristo para fazer a Humanidade avançar, ela está ainda tão atrasada, não tendo querido o egoísmo apagar diante dessa lei de caridade que deve mudar a face do mundo, e dele fazer uma morada de paz, e de felicidade.
Mas a bondade de Deus é infinita; é porque lhes envia esses mensageiros divinos que vêm lhes lembrar que Deus não os criou para a Terra, que nela não estão senão por um tempo, a fim de que, pelo trabalho, desenvolvam as qualidades depositadas em germe em sua alma, e que, cidadãos dos céus, não devem se comprazer num estágio inferior à sua ignorância, onde somente as suas faltas os retem.
Agradecei, pois, ao Senhor, e saudai com alegria o advento do Espiritismo, uma vez que é o cumprimento das profecias, o sinal brilhante da bondade do Pai de misericórdia, e para vós uma nova chamada a esse desligamento da matéria, tão desejado, uma vez qaue só ele pode vos proporcionar uma verdadeira felicidade."
( Louis de France )

( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1867, de Allan Kardec )

A CLAREZA


"Neste século de luz, o que mais falta, é a clareza!
Caros Espíritas, tendes encontrado em todas as camadas sociais essa força do raciocínio que a maioria de inteligências dos seres chegados?
Não tendes, ao contrário, a certeza de que a grande maioria de vossos irmãos está estagnada numa ignorância malsã?
Por toda a parte herezias e más ações!
Luz, clareza, sois a essência de todo movimento inteligente!
A luz expulsará as lágrimas, as dificuldades, os sombrios desesperos, a negação das coisas divinas, todas as más vontades!
Mas as máscaras serão arrancadas e saberemos, então, se os gozos, a fortuna e o sensualismo são bem os emblemas da vida e da liberdade.
A clareza é útil em tudo e a todos; ao embrião como ao homem, é preciso a luz! sem ela tudo caminhará às cegas, e a alma às cegas, procura a alma.
É por isto, Espíritas, que vos deveis a todas as clarezas. Ensinareis as grandes leis espíritas aos irmãos que nada sabem do papel que Deus lhes assinala.
O Espiritsmo, também, estrada luminosa, deve, como o que rasgou, há dezoito séculos, o véu sombrio dos séculos de ferro, conduzir os terrestres à conquista das verdades prometidas.
Trabalhar com  este objetivo é ser adepto do Filho de Belém, é ser filho de Deus, de quem emanam toda luz e toda clareza."
( Sonnez)

( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1867, de Allan Kardec )

AS CAUSAS DAS DOENÇAS


"O que é o homem?...
Um composto de três princípios essenciais: o Espírito, o perispírito e o corpo. A ausência de um qualquer destes princípios levaria ao aniquilamento do ser no estado humano.
Se, pois, temos três princípios presentes estes três princípios devem reagir um sobre o outro, e se seguirá a saúde ou a doença segundo houver entre eles harmonia perfeita ou desacordo parcial.
Se a doença ou a desordem orgânica, como se queira chamá-la, porcede do corpo os medicamentos materiais, sabiamente empregados bastarão para restabelecer a harmonia geral.
Se a perturbação vem do perispírito, se é uma modificação do princípio fluídico que o compõe, que se acha alterado, será preciso uma medicação em relação com a natureza do órgão para que as funções possam retornar seu estado normal.
Se a doença procede do Espírito, não se poderia empregar, para combatê-la, outra coisa do que uma medicação espiritual.
Se, enfim, como é o caso mais geral, e se pode dizer mesmo aquele que se apresenta exclusivamente, se a doença procede do corpo, do perispírito e do Espírito, será preciso que a medicação combata, ao mesmo tempo, todas as causas da desordem, por meios diversos, para obter a cura.
Ora, o que fazem geralmente os médicos?
Eles cuidam do corpo, curam-no; mas curam a doença? Não. Por que?
Porque o perispírito, sendo um princípio superior à matéria propriamente dita, poderá se tornar causa com relação a este; e se está entravado, os órgãos materiais que se encontram em realação com ele estarão igualmente atingidos em sua vitalidade.
Cuidando do corpo destruís o efeito; mas a causa residindo no perispírito, a doença virá de novo quando os cuidados cessarem , até que se tenha percebido que é preciso levar em outra parte a sua atenção, cuidando fluidicamente o princípio fluídico mórbido.
Se, enfim, a doença procede da mens, o Espírito, o perispírito e o corpo, colocado sob sua dependência, serão entravado em suas funções, e não é nem cuidando de um, nem cuidando do outro que se fará desaparecer a causa.
Não é, pois, colocando a camisa de força num louco, ou lhe dando pílulas ou duchas, que se chegará a levá-lo ao seu estado normal; somente se acalmarão seus sentidos revoltados; acalmarão seus acessos, mas não se destruirá o germe senão em combatendo-o por seus semelhantes , fazendo da homeopatia espiritual e fluidicamente, como se o faz materialmente, dando ao doente, pela prece, uma dose infinitesimal de paciência, de calma, de resignação, segundo os casos, como se lhe dá uma dose infinitesimal de brucina, de digitalina ou de acônito.
Para se destruir uma causa mórbida, é preciso combatê-la em seu terreno."
( Doutor Morel Lavallée )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1867, de Allan Kardec )

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O ARREPENDIMENTO


"O arrependimento eleva para Deus; é-lhe mais agradável do que a fumaça dos sacrifícios e mais precioso do que o incenso espalhado nos adrios sagrados.
Semelhante às tempestades que transtornam o ar purificando-o, o arrependimento é um sofrimento fecundo, uma força reativa e atuante.
Jesus santificou a sua virtude, e as lágrimas da Madalena se derramaram como um orvalho sobre os corações endurecidos, que ignoram a graça do perdão.
A soberana virtude proclama o poder do arrependimento, e os séculos repercutiram a palavra do Cristo, enfraquecendo-o.
Chegou a hora em que o Espiritismo deve rejuvenescer e vivificar a própria essência do Cristianismo.
Apagai, pois, em toda parte e sempre, a cruel sentença que despoja de toda esperança a alma culpada.
O arrependimento é uma virtude militante, uma virutde viril, que só os Espíritos avançados ou os corações ternos podem sentir.
O remorso momentâneo e pungente de uma falta não leva com ele a expiação que dá o conhecimento da justiça de Deus, justiça rigorosa em suas conclusões, que aplica a lei de talião à vida moral e física do homem, e o castigo pela lógica dos fatos decorrentes do bem ou do mau uso de seu livre arbítrio.
Amai aqueles que sofrem, e assisti o arrependimento, que é a expressão e o sinal que Deus imprimiu em sua criatura inteligente, para elevá-lo e aproximá-lo de si."
( João, discípulo )

( Texto extraído da "Revista Espírita", julho de 1863, de Allan Kardec )

OS MÉDIUNS E OS ESPÍRITOS


"Ninguém pode se tornar bom médium se não chega a se despojar dos vícios que degradam a Humanidade.
Todos esses vícios tem sua origem no egoísmo, e como a negação do egoísmo é o amor, toda virtude se resume nesta palavra: caridade.
Deus não a tem somente gravada, de maneira indelével, no coração do homem, mas sancionou por seu próprio fato em nos dando seu Filho por modelo de caridade e abnegação.
Se ela deve ser o guia de cada um, em qualquer condição social que isso chega, é sobretudo a condição sine qua non de todo bom médium.
Todo homem pode se tornar médium, mas a questão não é ser médium, trata-se de ser bom médium, o que depende das qualidades morais.
Os Espíritos, é verdade, se comunicam aos homens em todas as condições, mas com a missão de aperfeiçoá-los se suas qualidades são boas; e operam esse aperfeiçoamento submetendo-os às mais duras provas para purificá-los, provas que o homem de bem suporta sem desmentir o sentimento moral de sua consciência e sem se deixar afastar do bom caminho pela tentação.
Aqueles cujas qualidades são más, os Espíritos se comunicam para guiá-los pela mão e conduzi-los a uma conduta mais conforme à razão e mais em harmonia com o objetivo para o qual deve tender todo homem persuadido de que sua existência, neste mundo, não é outra coisa senão uma expiação.
Quando tem mistura de bem e de mal, os Espíritos provocam a melhoria por meios intermediários.
Muitos serão abandonados pelos seus Espíritos, porque não quererão compreender que a caridade é o único meio de avançar.
E, então, infeliz daquele que não tiver querido escutar a voz da verdade!
Deus perdoará à ingonrância, mas não àquele que faz o mal conscientemente.
O objetivo de nossa missão é o vosso adiantamento moral, e o vosso dever é igualmente de vos melhorar; mas não espereis adiantamento de nehuma espécie sem a caridade."


( Texto extraído da "Revista Espírita", Julho de 1863, de Allan Kardec )

A AMIZADE E A PRECE


"Deus, criando as almas, não fez diferença entre elas.
Que essa igualdade de direito entre as almas serve de princípios à amizade, que não é outra coisa senão a unidade nas tendências e nos sentimentos.
A verdadeira amizade não existe senão entre os homens virtuosos que se reunem sob a proteção do Todo-Poderoso para se encorajarem reciprocamente no cumprimento dos seus deveres.
Todo coração verdadeiramente cristão possui o sentimento de amizade; ao contrário, essa virtude acha no egoísmo das almas  viciosas a dificuldade imprevista que, semelhante à semente caída sobre a rocha árida, se torna infecunda para o bem.
Cercai vossa alma da muralha protetora de uma prece cheia de fé, a fim de que o inimigo, seja interior, seja exterior, não possa ali penetrar.
A prece eleva o Espírito do homem pra Deus, liberta-o de todas as inquietações terrestres, transporta-o num estado de tranquilidade, de paz, que o mundo não podeira lhe oferecer.
Quanto mais a prece é confiante e ferverosa, melhor é escutada e mais agradável é a Deus.
Quando a alma do homem, inteiramente penetrada de um santo zêlo, se lança para o Céu na íntima e ardente prece, então os inimigos interiores, quer dizer, as paixões do homem, e os inimigos exteriores, quer dizer, os vícios do mundo, são impotentes para forçar as muralhas que o protegem.
Homens, orai a Deus com toda confiança, do fundo do coração, com fé e verdade."
( Sociedade Espírita de Viena, na Áustria )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Junho de 1863, de Allan Kardec )

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O DIA DOS MORTOS


"Hoje é uma época que nos é muito pessoalmente consagrada, pelo que não lembraremos a vossa atenção sobre a morte e sobre as preces que reclamam a maioria daqueles que vos precederam.
Esta semana é uma época de confraternização entre o Céu e a Terra, entre vivos e os m ortos; deveis vos ocupar de nós mais particularmente, e de vós também; porque deveis vos tornar melhores.
Segundo a maneira pela qual vivestes neste mundo, sereis recebidos diante de Deus.
O que é a vida, depois de tudo?
Uma curtíssima emigração do Espírito sobre a Terra; tempo, entretanto, em que pode amontoar um tesouro de graças ou se preparar para cruéis tormentos.
Pensai nisso, pensai no céu, e a vida, qualquer que a tendes, vos parecerá bem breve."
( Charles Nodier )


AS PERGUNTAS SEGUINTES FORAM DIRIGIDAS AO ESPÍRITO A RESPEITO DA SUA COMUNICAÇÃO


1. Hoje os Espíritos são mais numerosos do que habitualmente nos cemitérios?
R. Neste tempo estamos mais de bom grado junto de nossos despejos terrestres, porque vossos pensamentos, as vossas preces ali estão conosco.

2. Os Espíritos que, nestes dias, vêm para suas tumbas junto das quais ninguém roga, sofrem por se verem abandonados ao passo qaue outros tem seus parentes e seus amigos que vêm lhes dar sinal de lembrança?
R. Não há pessoas piedosas que oram por todos os mortos em geral? Pois bem! Essas preces retornam ao Espírito esquecido. são para eles o maná celeste que cai para o preguiçoso como para o homem ativo; a prece é para o conhecido como para o desconhecido: Deus a reparte igualmente, e os bons Espíritos que dela não tem mais necessidade a revertem para aqaueles que ela pode ser necessária.

3. Sabemos que a fórmula das preces é indiferente, todavia muitas pessoas tem necessidade de uma fórmula para fixar as suas idéias; por isso vos seríamos reconhecidos em consentir em nos ditar uma sobre esse assunto; todos nos associaremos a ela pelo pensamento para aplicá-la aos Espíritos que podem dela ter necessidade.
R. Eu o desejo muito:

PRECE:


"Deus criador do Universo, dignai-vos ter piedade de vossas criaturas, considerai as suas fraquezas, abreviai as suas porvas terrestres, se estão acima de suas forças; compadecei-vos das penas daqueles que deixaram a Terra, e inspirai-lhes o desejo de progredir para o bem."


( Texto extraído da "Revista Espírita", Dezembro de 1860, de Allan Kardec )

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A VINGANÇA



"A vingança é doce ao coração, disse o poeta.
Oh! pobres cegos que dão um livre curso às mais odiosas das paixões, credes fazer mal ao vosso próximo quando lhes dais vossos golpes, e não sentis que eles se voltam contra vós mesmos.
Ela não é somente um crime, mas uma absurda imperícia; ela é, com seus irmãos, o rancor, o ódio, o ciúme, filhos do orgulho, o meio do qual se servem os Espíritos das trevas para atraírem a si aqueles que temem ver lhes escapar; é o mais infalível instrumento de perdição que possa ser colocado nas mãos do homens pelos inimigos que se obstinam em sua queda moral.
Resisti, filhos da Terra, a esse culpável arrastamento, e estejais seguros de que, se alguém mereceu a vossa cólera, não será a explosão de vosso rancor que encontrareis a calma de vossa consciência.
Colocai entre as mãos do Todo-Poderoso o cuidado de se pronunciar sobre os vossos direitos e sobre a justiça de vossa causa.
Há na vingança alguma coisa de ímpia e de degradante para o Espírito.
Não, a vingança não é compatível com a perfeição; enquanto uma alma dela conserva o sentimento, ela fica no baixio do mundo dos Espíritos.
Fazei de maneira, vós que me escutais, que tendo libertado vossa alma desse culpado e odioso móvel dos atos mais contrários à caridade, mereçais ser admitidos no recinto sagrado do qual só a caridade pode abrir as portas."
( Pierre Ange, Espírito protetor )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Agosto de 1862, de Allan Kardec )

O PERDÃO



"Como se pode, pois, encontrar em si a força de perdoar?
A sublimidade do perdão é a morte do Cristo sobre o Gólgota!
Ora, eu já vos disse que o Cristo havia resumido em sua vida todas as angústias e todas as lutas humanas.
Todos aqueles que mereceram o nome de cistãos antes de Jesus Cristo morreram com o perdão sobre os lábios: os defensores das liberdades oprimidas, os mártires das verdades e das grnades causas compreenderam de tal modo a importância e a sublimidade de sua vida, que não faliram no último momento e perdoaram.
Ah! quantos são mesquinhos e miseráveis aqueles que possuem o mundo e não perdoaram!
Quanto é grande aquele que tem no futuro dos séculos todas as humanidades espirituais, e que perdoa!
O perdão é uma inspiração, frequentemente um conselho dos Espíritos.
Infelizes aqueles que fecham seus corações a essa voz: serão punidos, como dizem as Escrituras, porque tinham ouvidos e não escutaram.
Pois bem! se quereis perdoar, se vos sentis fracos diante de vós mesmos, contemplai a morte do Cristo.
Quem conhece a si mesmo triunfa facilmente de si mesmo.
Sócrates ensinava que havia um Ser Superior e, algum tempo depois, séculos antes de Cristo, ensinava a toda a nação grega a morrer e a perdoar.
O homem vicioso, baixo e fraco, não perdoa; o homem habituado às lutas pessoais, às reflexôes justas e sadias, perdoa facilmente."
( Lamennais )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Agosto de 1862, de Allan Kardec )

BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO



"As diferentes ações meritórias do Espírito depois da morte são, sobretudo, as do coração, mais do que as da inteligência.
Bem-aventurados os pobres de espírito não quer dizer unicamente bem-aventurados os imbecis, mas bem-aventurados aqueles que, cheios dos dons da inteligência, deles não fazem uso para o mal, porque é uma arma muito poderosa para arrebatar as massas. Entretanto, a inteligência desconhecida sobre a Terra será um grande mérito diante de Deus.
Com efeito, o homem poderoso em inteligência, e lutando contra todas as circuntâncias infelizes que vêm assaltá-lo, deve se regozijar destas palavras: "Os primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros"; o que não deve se entender na ordem unicamente material, mas também para as manisfestações do Espírito e das obras da inteligência humana.
As qualidades do coração são meritórias, porque as circunstâncias que podem impedi-las são bem pequenas, bem raras, bem fúteis.
A caridade deve brilhar por toda a parte, apesar de tudo, para todos, como o Sol está para todo o mundo.
O homem pode impedir a inteligência de seu próximo de se manifestar, mas nada pode sobre o coração.
As lutas contra a adversidade, as angústias da dor, podem paralisar os impulsos do gênio, mas não podem parar os da caridade."
( Lamennais )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1862, de Allan Kardec )

ESQUECIMENTO DAS INJÚRIAS



"Minha filha, o esquecimento das injúrias é a perfeição da alma, como o perdão das ofensas feitos à vaidade é a perfeição do Espírito.
Foi mais fácil a Jesus perdoar os ultrajes de sua Paixão quanto não é fácil, ao último dentre vós, perdoar uma leve zombaria.
A grande alma do Salvador, habituada à doçura, não concebia nem a amargura, nem a vingança; os nossos, obtendo o que é pequeno, esqueceria o que é grande.
Cada dia os homens imploram o perdão de Deus que desce sobre eles como benfazejo orvalho; mas seus corações esquecem essa palavra, sem cessar repetida na prece.
Eu vos digo, em verdade, o fel interior corrompe a alma; é a pedra pesada que a fixa ao solo e retém a sua elevação.
Quando sois censurados, centrai em vós mesmos; examinai vosso pecado interior: aquele que o mundo ignora; medi sua profundidade, e curai vossa vaidade pelo conhecimento de vossa miséria.
Se, mais grave, a ofensa alcança o coração, lamentai o infeliz que a comete, como lamentais o ferido cuja ferida aberta deixa correr o sangue: a piedade é devida àquele que aniquila seu ser futuro.
Jesus, no Jardim das Oliveiras, conheceu a dor humana, mas ignorou sempre as asperezas do orgulho e as mesquinharias da vaidade; encarnou-se para mostrar aos homens o tipo de beleza moral que  deveria lhe servir de modelo: dela não vos afasteis nunca.
Modelai vossas almas como a cera mole, e fazei que vossa argila transformada torne-se um mármore imperecível que Deus, o grande escultor, possa assinar."
( Lazáro )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1862, de Allan Kardec )

A FÉ



"Eu sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade, chamo-me a Fé.
Sou grande e forte; aquele que me possui não teme nem o ferro e nem o fogo: é a prova de todos os sofrimentos físicos e morais. Irradio sobre vós com um faixo cujos jatos faiscantes se refletem no fundo dos vossos corações, e vos comunica a força e a vida.
Diz-se entre vós que ergo as montanhas, e eu vos digo: venho erguer o mundo, porque o Espiritismo é a alavanca que deve me ajudar.
Uni-vos, pois, a mim, eu sou a\ Fé.
Eu sou a Fé! Habito, com a Esperança, a Caridade e o Amor, o mundo dos puros Espíritos; frequentemente, deixei as regiões etéreas e vim sobre a Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do Espírito; mas, à parte os mártires dos primeiros tempos do Cristianismo, e alguns ferverosos sacrifícios, de longe em longe, ao progresso da ciência, das letras, da indústria e da liberdade, não encontrei, entre os homens, senão indiferença e frieza, e retornei tristemente meu vôo para os céus; vós me crieis em vosso meio, mas vos enganastes, porque a Fé sem obras é uma aparência de Fé; a verdadeira Fé é a vida e ação.
Antes da revelação do Espiritismo, a vida era estéril, era uma árvore seca pelos estrondos do raio que não produzia nenhum fruto. Não se me reconhecia pelos meus atos: eu ilumino as inteligências, aqueço e fortaleço os corações; expulso para longe de vós as influências enganadoras e vos conduzo a Deus pela perfeição do Espírito e do coração.
Vinde vos alinhar sob minha bandeira, sou poderosa e forte: eu sou a Fé.
Eu sou a Fé, e o meu reino começa entre os homens; reino pacífico que vai torná-los felizes para o tempo presente e pela eternidade.
A aurora de meu advento entre vós é pura e serena; seu sol será resplandecente, e seu deitar virá docemente embalar a Humanidade nos braços das felicidades eternas.
Espiritismo! Derrama sobre os homens o teu batismo regenerador; faço-lhes um apelo supremo: Eu sou a Fé."
( Georges, Bispo de Périgueux )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1862, de Allan Kardec )

sábado, 6 de outubro de 2012

EFEITOS DA PRECE



"A prece é uma aspiração sublime, à qual Deus deu um poder tão mágico que os Espíritos a reclamam para si constantemente.
Carvalho delicado, que é como um refresco para o pobre exilado sobre a Terra e um arranjo frutífero para a alma sentir.
A prece age diretamente sobre o Espírito que lhe é o objetivo; ela não muda seus espinhos por rosas, ela modifica sua vida de sofrimento, - nada podendo sobre a vontade imutável de Deus, - imprimindo-lhe esse vôo de vontade que revela a sua coragem, dando-lhe a força para lutar contra as provas e dominá-las. Por esse meio, o caminho que conduz a Deus é abreviado e nada pode, como efeito maravilhoso, ser comparado à prece.
Aquele qaue blasfema contra a prece não pode ser senão um Espírito ínfimo, de tal modo terrestre e recuado, que não compreende mesmo porque deve agarrar-se a essa tábua de salvação para salvar-se.
Orai: é uma palavra descida do céu, é a gota rósea do cálice de uma flor, é o sustento da roseira durante a tormenta, é a prancha do pobre náufrago durante a tempestade, é o abrigo do mendingo e do órfão, é o berço da criança para dormir.
Emanação divina, a prece é que nos liga a Deus pela linguagem, é o que nos interessa; o orar, é o amor; o implorar para seu irmão é um ato de amor dos mais meritórios.
A prece que vem do coração tem a chave dos tesouros da graça; é a economia que dispensa os benefícios em nome da infinita misericórdia.
A alma elevada para Deus, por um desses impulsos sublimes da prece, livre de seu envoltório grosseiro, se apresenta cheia de confiança diante dele, parece segura de obter o que pede com humildade.
Orai, oh! Orai, fazei um reservatório de vossas santas aspirações, que será derramado no dia da justiça.
Preparai o celeiro da abundância, tão precioso durante a penúria; escondei o tesouro de vossas preces até o dia escolhido por Deus para distribuir o rico depósito.
Amontoai para vós e para vossos irmãos, o que diminuirá as vossas angústias e vos fará transpor, com mais celeridade, o espaço que vos separa de Deus.
Refleti em tua miserável natureza, conta tuas decepções, teus perigos, sonda o abismo tão profundo onde tuas paixões podem te arrastar, olha ao redor de ti aqueles que caem, e sentirás a necessidade imperiosas de recorrer à prece; é a âncora de salvação que impedirá a ruptura de teu navio, tão transtornado pelas tormentas do mundo."
( Um Espírito familiar )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Novembro de 1861, de Allan Kardec )

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A PRECE



"Tempestade das paixões humanas, abafador dos bons sentimentos, dos quais todos os Espíritos encarnados têm, no fundo da consciência, uma vaga intuição, quem acalma a vossa fúria?
É a prece que deve proteger os homens contra o fluxo desse oceano cujo seio esconde os monstros horrendos do orgulho, da inveja, do ódio, da mentira, da impureza, do materialismo e das blasfêmias.
O dique que lhe opondes pela prece está construído pela pedra e o cimento mais duro, e em sua impossibilidade de transpô-lo, vêm se consumir em vãos esforços contra ele e retornam sanguinolentos e contundidos para o fundo do abismo.
Ó prece de coração, invocação incessante da criatura ao Criador, se se conhecesse a tua força, quantos corações afastados pela fraqueza teriam recorrido a ti no momento de cair!
Tu és o precioso antídoto que cura as feridas, quase sempre mortais, que a matéria faz ao Espírito fazendo correr em suas veias o veneno de suas sensações brutais.
Mas quanto é restrito o número daqueles que oram bem!
Credes que depois de terdes consagrado uma grande parte de vosso tempo recitando fórmulas que aprendestes, ou a lê-las em vossos livros, tendes muito mérito de Deus?
Desenganai-vos; a boa prece é aquela que parte do coração; não é difusa; somente, de tempos em tempos, ela deixa escapar, em aspirações para Deus, seu grito, ou de aflição ou de perdão, como para implorar-lhe virem em nosso socorro, e os bons Espíritos a levam aos pés do Pai justo e então, ele os envia em multidões numerosas para fortificar aqueles que pedem muito contra o Espírito do mal; tornam-se fortes como os rochedos inabaláveis; vêm se quebrar contra eles as vagas das paixões humanas, e como se alegram nesta luta que deve lhes encher de mérito, contróem, como a alcíone, seu ninho no meio das tempestades."
( Fénelon )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Julho de 1861, de Allan Kardec )

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

TRANSFORMAÇÃO PELO ESPIRITISMO



"Venho falar-te da coisa que mais importa, nesta época de crise e transformação, no momento em que as nações vestem roupa viril, no momento em que o céu descoberto vos mostra, flutuando nos espaços infinitos, os Espíritos daqueles que acreditáveis dispersos como moléculas ou servindo de pasto aos vermes; neste momento solene é necessário que se armando da fé, o homem não caminhe mais às cegas nas trevas do personalismo e do materialismo.
Como outrora os pastores, guiados por uma estrela, vieram adorar o Menino-Deus, é necessário que o homem, guiado pela brilhante aurora do Espiritismo, caminhe enfim, para a Terra prometida da liberdade e do amor; é necessário que, compreendendo o grande mistério, saiba que o objetivo harmonioso da Natureza, seu rítimo admirável, são os modelos da Humanidade.
Nessa espantosa diversidade que confunde os Espíritos, distingui a perfeita semelhança das relações entre as coisas criadas e os seres criados, e que essa poderoso harmonia vos inicie a todos homens de ação, poetas, artistas, trabalhadores, à união na qual devem fundir-se os esforços comuns durante a peregrinação da vida.
Caravanas assaltadas pelas tempestades e pelas adversidades, estendei-vos mãos amigas, e caminhai com os olhos fixos no Deus justo que recompensa ao cêntuplo, aquele que tiver aliviado o fraco e o oprimido."
( Georges )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Junho de 1861, de Allan Kardec )

O PROGRESSO INTELECUTAL E MORAL



"Eu venho vos dizer que o progresso moral é o mais útil a adquirir, porque nos corrige de nossas más tendências, e nos torna bons, caridosos e devotados para com nossos irmãos.
Entretanto, o progresso intelectual também e útil para o nosso adiantamento, porque eleva a alma, nos faz julgar mais sadiamente as nossas ações, inicia-nos nos ensinamentos que Deus nos fez dar há séculos por tantos homens de méritos diversos, que vieram sob todas as formas e em todas as línguas, para nos fazer conhecer a verdade, e que não eram outros senão os Espíritos já avançados, enviados por Deus para o desenvolvimento do entendimento humano.
Mas, no tempo em que viveis, a luz não claraeava senão um pequeno número, vai luzir para todos.
Trabalhai, pois, para compreender a grandeza, o poder, a magestade, a justiça de Deus, para compreender a sublime beleza de suas obras; para compreender as magníficas recompensas concedidas aos bons e os castigos infligidos aos maus; para compreender, enfim, que o único objetivo ao qual deveis aspirar, é o de vos aproximar dele."
( Georges )


( texto extraído da "Revista Espírita", Maio de 1861, de Allan Kardec )

A INGRATIDÃO



"É necessário sempre ajudar os fracos e àqueles que tem o desejo de fazer o bem, embora sabendo de antemão que não será recompensado por aqueles a quem se o faz, porque aquele que vos recusa agradecer por tê-lo assistido não é sempre tão ingrato como o imaginais: bem frequentemente ele age segundo os objetivos que Deus se propôs, mas seus objetivos não são, e muito frequentemente não podem ser, apreciados por vós.
Que vos baste saber que é necessário fazer o bem por dever e amor a Deus, porque Jesus disse: "Aquele que não faz o bem senão por interesse já recebeu a sua recompensa."
Sabei que se aquele a quem prestai serviço esquece o benefício, Deus vo-lo terá mais em conta do que se estivesses já recompensado pela gratidão de vosso protegido."
( Sócrates )


( texto extraído da "Revista Espírita", Março de 1861, de Allan Kardec )

A VOZ DO ANJO GUARDIÃO



"Todos os homens são médiuns; todos tem um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo.
Agora que alguns comunicam diretamente com ele por uma mediunidade particular, que outros não ouvem senão pela voz do coração e da inteligência, pouco importa, não deixa de ser o seu Espírito familiar que os aconselha.
Chama-o Espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma e vos diz boas palavras; somente não as compreendeis sempre.
Nem todos sabem agir segundo os conselhos dessa razão, mas não essa razão que se arrasta e rasteja antes que não caminhe, essa razão que se perde no meio dos interesses materiais e grosseiros, mas essa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para regiões desconhecidas; chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que eleva o filósofo, impulso que arrebata os indivíduos e os povos, razão que o vulgo não pode compreender, mas que aproxima o homem da divindade, mais do que nenhuma outra criatura; entendimento que sabe conduzi-lo do conhecido ao desconhecido, e  fá-lo executar as coisas mais sublimes.
Escutai, pois, essa voz do interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião que vos estende as mãos do alto do céu."
( Channing )


( texto extraído da "Revista Espírita", Janeiro de 1861, de Allan Kardec )

NASCESTE PARA A LIBERDADE



"O homem é o joguete dos acontecimentos, diz-se frequentemente; de quais acontecimentos se quer falar?
Quais seriam as causas, o seu objetivo?
Nunca se viu o dedo de Deus.
Esse pensamento vago e materialista, mãe da fatalidade, tem desviado mais de um Espírito, mais de uma profunda inteligência.
Balzac disse, vós o sabeis: "Não há princípios, não há senão acontecimentos;" quer dizer, segundo ele, o homem não tem mais o livre arbítrio; a fatalidade o toma no berço e o conduz até o túmulo; monstruosa invenção do Espírito humano!
Este pensamento abate a liberdade; a liberdade quer dizer o progresso, a ascenção da alma humana, demonstração evidente da existência de Deus.
Se o homem se deixasse pois, conduzir, seria escravo de tudo: dos homens e de si mesmo!
Ó homem!
Desce em ti; nasceste para a servidão?
Não;
Nasceste para a liberdade."
( Lamennais )


( texto extraído da "Revista Espírita", Novembro de 1860, de Allan Kardec )

O NADA DA VIDA



"Meus bons amigos de adoção, permite-me vos dizer algumas palavras, como conselhos.
Deus me permite vir a vós; quanto não posso vos comunicar todo ardor que tenho em meu coração, e que me animava para o bem!
Crede em Deus, o autor de todas as coisas; amai-o, sede bons e caridosos; a caridade é  a chave do céu.
Para vos tornar bons, pensai algumas vezes na morte; é um pensamento que eleva a alma e a torna melhor, tornando-a humilde; porque o que se é sobre a Terra? Um átomo lançado no espaço; bem pouca coisa no Universo.
O homem não é nada, ele faz número.
Quando olha diante de si, quando olha para trás, é ainda o infinito; sua vida, por longa que seja, é um ponto na eternidade.
Pensai então em vossa alma, pensai na vida nova que vos espera, porque não podeis duvidar que haja uma, quando isso não seria senão desejos de vossa alma que jamais foram satisfeitos, o que é uma prova de que devem estar num mundo melhor."
Até breve."
( S.Swetchine )


( texto extraído da "Revista Espírita", Novembro de 1860, de Allan Kardec )

O TEMPO PERDIDO



"Se pudésseis refletir por um instante sobre a perda do tempo, mas nisso refletir bem seriamente, e calcular o erro imenso que fizestes, veríeis o quanto essa hora, esse minuto decorrido inutilmente, e que não podeis recuperar, poderia ser necessário ao vosso futuro.
Todos os tesouros da Terra não poderiam restituí-la; e se a passastes mal, um dia sereis obrigado a repará-la pela expiação, e talvez de uma maneira terrível! Que não daríeis então para recuperar o tempo perdido!
Votos inúteis; lamentos supérfluos!
Também, pensai bem nisso, está no vosso interesse futuro e mesmo presente; porque, frequentemente, os lamentos nos chegam sobre a própria Terra.
Quando Deus vos pedir conta da existência que vos deu, da missão que tínheis a cumprir, que lhe respondereis?
Sereis como o enviado de um soberano, que, longe de cumprir as ordens de seu senhor, passasse o tempo a se divertir e não se ocupasse de nenhum modo do assunto para o qual fora acreditado; que responsabilidade não encontraria em seu retorno?
Sois nesse mundo os enviados de Deus, e tereis de dar-lhe conta de vosso tempo passado com os vossos irmãos.
Eu vos recomendo esta meditação."
( Massilon )


( texto extraído da "Revista Espírita", Novembro de 1860, de Allan Kardec )

A HIPOCRISIA



"Deveria haver, sobre a Terra, dois campos bem distintos: os homens que fazem o bem abertamente e aqueles que fazem o mal abertamente. Oh bem! Não. O homem não é mesmo franco no mal; ele aparenta a virtude. Hipocrisia! Hipocrisia! Deusa poderosa, quantos tiranos elevaste! Quantos ídolos fizeste adorar! O coração do homem é verdadeiramente muito estranho, uma vez que pode bater estando morto, uma vez que pode amar em aparência a honra, a virtude, a verdade, a caridade! O homem, cada dia, se prosterna diante dessas virtudes, e cada dia ele falta com a palavra, cada dia despreza o pobre e o Cristo; cada dia ele mente, cada dia ele é falso!
Quantos homens parecem honestos pela aparência que frequentemente engana!
Cristo chamou-os sepulcros brancos, quer dizer, a podridão por dentro, o mármore por fora brilhando ao sol.
Homem! Tu parece efetivamente com essa morada da morte, e enquanto teu coração estiver morto, Jesus não inspirará mais; Jesus, esta luz divina que clareia exteriormente, mas que ilumina interiormente.
A hipocrisia é o vício da vossa época, entendei-o bem; e quereis vos fazer grandes pela hipocrisia!
Em nome da liberdade, vos engrandeceis; em nome da moral vos embruteceis; em nome da verdade, mentis."
( Lamennais )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Outubro de 1860, de Allan Kardec )

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O SEXO E O CARMA



"O sexo no corpo humano é assim como um altar de amor puro que não podemos relegar à imundície, sob pena de praticar as mais espantosas crueldades mentais, cujos efeitos nos seguem, invariáveis, depois do túmulo. Isso em razão da sede dos prazeres sexuais que, não raro, lhes situam os passos nas sendas tenebrosas do crime...
Cada consciência é uma criação de Deus e cada existência é um elo sagrado na corrente da vida em que Deus palpita e se manifesta. Responderemos por todos os golpes destrutivos que vibramos nos corações alheios e não nos permitiremos repouso enquanto não consertarmos, valorosos, o serviço de reajuste.
Imaginemos que um homem tenha conduzido uma jovem à comunhão sexual com ele, à caça de mero prazer dos sentidos, prometendo-lhe matrimônio digno, para abandoná-la vilmente ao próprio desencanto, depois de saciado em seus desejos...A pobre criatura, desenganada, sem recursos para refugiar-se no trabalho respeitável, entrega-se ao meretrício. O homem é responsável pelos desatinos que a infelicitada companheira venha a praticar, compreendendo-se que ele não terá marchado sozinho para semelhante aventura?
É preciso reconhecer que todos responderemos pelos atos que efetuamos. Contudo, no caso em foco, se o homem não é responsável pelos delitos em que venha a falir a mulher desventurada, é ele, inegavelmente, o autor da desdita em que ela se encontra. E, em desencarnando com o remorso da traição praticada, quanto mais luz se lhe faça no entendimento mais agudo lhe será o pesar de haver cometido a falta. Trabalhará, naturalmente, para levantá-la do abismo a que ela se arrojou por segui-lo, confiante, e reconduzi-la-á por esposa ou filha, de modo a entregar-lhe o puro amor prometido, sofrendo para regenerar-lhe a mente em desequilíbrio e resgatando a sua consciência entenebrecida pela culpa.
Da mesma forma, notamos na sociedade terrestre homens arruinados por mulheres desleais que os precipitaram na criminalidade e no vício...
O processo de reparação é absolutamente o mesmo. A mulher que lançou o companheiro nas sombras do mal, em despertando à luz do bem, não descansará, enquanto não o reeguer para a dignidade moral, diante das Leis de Deus. Quantas mães vemos no mundo, engrandecidas pela dificuldade e pela renúncia, morrendo cada dia, entre a aflição e o sacrifício, para cuidar de filhos monstruosos que lhes torturam a alma e a carne? Em muitos desses quadros terríveis e emocionantes, oculta-se, divino, o labor da regneração que só o tempo e a dor conseguem realizar.
Tudo isso, nos obriga a reconhecer que, nas falhas do campo genésico, temos a considerar, acima de tudo, a crueldade mental que praticamos em nome do amor...
Na perseguição ao prazer dos sentidos, costumamos armar as piores ciladas aos corações incautos que nos ouvem...
Contudo, fugindo à palavra empenhada ou faltando aos compromissos e votos que assumimos, não nos precatamos quanto à lei de correspondência, que nos devolve, por inteiro, o mal que praticamos e não nos perdoamos pelas nódoas e chagas que trazemos na alma.
Esses abusos são responsáveis não apenas por largos tormentos nas regiões infernais, mas também por muitas moléstias e monstruosidades que ensombram a vida terrestre, porquanto os delinquentes do sexo que, provocando desajustes nos tecidos sutis da alma, exige longos e complicados serviços de reparação a se exteriorizarem com o nome de inquietação, angústia, doença, provação, desventura, idiotia, sofrimento e miséria. Aliás, ensinou-nos Jesus que "todo aquele que comete o mal é escravo do mal" e podemos acrescentar que, para sanar o mal, a que houvermos escravizado o coração, é imprescindível sofrer a purgação que o extirpa."
( André Luiz )


( Textro extraído do livro "Ação e Reação", do Espirito André Luiz, psicografado por Chico Xavier )

O ABORTO PROVOCADO E O ESPIRITISMO



"É de se presumir seja ele falta grave...Falta grave?! Será melhor dizer doloroso crime. Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso. A mulher que o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. É, então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais.
E como se recuperará dos lamentáveis acidentes dessa ordem?
Imaginem vocês a matriz mutilada ou deformada, na mesa da cerâmica. Decerto que o oleiro não se utilizará dela para a modelagem de vaso nobre, mas aproveitar-lhe-á o concurso em experimentos de segunda e terceira classe...A mulher que corrompeu voluntariamente o seu centro genésico receberá de futuro almas que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito, através do sacrifício nobilitante com que se devotará aos filhos torturados e infelizes de sua carne, aprendendo a orar, a servir com nobreza e a mentalizar a maternidade pura e sadia, que acabará reconquistando ao preço de sofrimento e trabalho justos..."  ( André Luiz )


( Texto extraído do livro "Ação e Reação", do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier )

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O SEXO, PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ



"Criação, vida e sexo são temas que se identificam essencialmente entre si, perdendo-se em suas origens no seio da Sabedoria Divina. Por isso, estamos longe de padronizá-los em definições técnicas, inamovíveis. Não podemos, dessa forma, limitar às loucuras humanas a função do sexo, pois seríamos tão insensatos quanto alguém que pretendesse estudar o Sol apenas por uma réstia de luz filtrada pela fenda de um telhado. Examinado como força atuante da vida, à face da criação incessante, o sexo, a rigor, palpitará em tudo, desde a comunhão dos princípios subatômicos à atração dos astros, porque, então, expressará força de amor, gerada pelo amor infinito de Deus. O ajuste entre o oxigênio e o hidrogênio decorrerá desse princípio, no plano químico, formando a água de que se alimenta a Natureza. O movimento harmonioso do Sol, equilibrando a família dos mundos, na imensidade sideral, além de nutrir-lhes a existência, resultará dessa mesma energia no plano cósmico. E a própria influência do Cristo, que se deixou crucificar em devotamento a nós outros, seus tutelados na Terra, para fecundar de luz a nossa mente, com vistas à divina ressurreição, não será, na essência, esse mesmo princípio estampado no mais alto teor de sublimação? O sexo, pois, não poderia ausentar-se do reino espiritual que nos é conhecido, por ser de substância mental, determinando mentalmente as formas em que se expressa. Representa, desse modo, não uma energia fixa da Natureza, trabalhando a alma, e sim uma energia variável da alma, com que ela trabalha a Natureza em que evolve, aprimorando a si mesma. Apreciemo-la, assim, como sendo uma força do Criador na criatura, destinada a expandir-se em obras de amor e luz que enriqueçam a vida igualmente condicionada à lei de responsabilidade, que nos rege os destinos.Semelhante argumentação dá-nos a entender que a força sexual não se destina simplesmente a gerar filhos. Na Terra, é vulgar a fixação do magno assunto no equipamento genital do homem e da mulher. Contudo, é preciso não esquecer que mencionamos o sexo como força de amor nas bases da vida, totalizando a gloria da Criação. Foi ainda Segismundo Freud quem definiu o objetivo do impulso sexual como procura de prazer...Sim, a assertiva é respeitável, em nos reportando às experiências primárias do Espírito, no mundo físico; entretanto, é indispensável dilatar a definição para arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita. Pela energia criadora do amor que assegura a estabilidade de todo o Universo, a alma, em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres. Temos, assim o prazer de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar, de estudar, de aprender, de elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres, condizentes com os mais santificantes estágios do Espírito. Encontramos, desse modo, almas que se amam profundamente produzindo inestimáveis valores para o engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do ponto de vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se afeiçoam. Sem dúvida, o lar digno, santuário em que a vida se manifesta, na formação de corpos abençoados para a experiência da alma, é uma instituição venerável, sobre a qual se concentram as atenções da Providência Divina; entretanto, junto dele, dispomos igualmente das associações de seres que se aglutinam uns aos outros, nos sentimentos mais puros, em favor das obras da caridade e da educação. As faculdades do amor geram formas sublimes para a encarnação das almas na Terra, mas também criam os tesouros da arte, as riquezas da indústria, as maravilhas da Ciência, as fulgurações do progresso...E ninguém amealha os patrimônios da evolução a sós. Em todas as empresas do acrisolamento moral, surpreendemos Espíritos afins que se buscam, reunindo as possibilidades que lhes são próprias, na realização de empreendimentos que levantam a Humanidade, da Terra para o Céu...
Tais considerações que expendemos, acerca de um tema assim tão vasto, externando-nos do ângulo mais elevado que a nossa mente é suscetível de abarcar, não nos dispensam do dever de exaltar a necessidade de sublimação da experiência emotiva entre as criaturas. Sabemos que o sexo, analisado na essência, é a soma das qualidades femininas ou masculinas que caracterizam a mente, razão por que é imprescindível observá-lo, do ponto de vista espiritual, enquadrando-o na esfera das concessões divinas que nos cabe movimentar com respeito e rendimento na produção do bem. Entendo que vocês desejariam efetuar mais longa digressão educativa nesse domínio, entretanto, cremos desnecessário minudenciar particularidades ao redor do assunto, porque conhecem de sobejo que, quanto mais amplo o discernimento do Espírito, mais imperiosas se lhe fazem as obrigações perante a vida. O sexo no corpo humano é assim como um altar de amor puro que não podemos relegar à imundície, sob pena de praticar as mais espantosas crueldades mentais, cujos efeitos nos seguem invariáveis, depois do túmulo...
Assistimos no mundo a todo um acervo de conflitos sentimentais que, por vezes, culminam em pavorosa delinquência...Homens que renegam os sagrados compromissos do lar, mulheres que desertam dos deveres nobilitantes para com a família...Pais que abandonam os filhos ... Mães que rejeitam rebentos mal nascidos, quando não os assassinam covardemente...Tudo em razão da sede dos prazeres sexuais que, não raro, lhes situam os passos nas sendas tenebrosas do crime...Todas essas falhas acompamham o Espírito, além da armadura de carne que a morte consome? Como não? Cada consciência é uma criação de Deus e cada existência é um ato sagrado na corrente da vida em que Deus palpita e se manifesta. Responderemos por todos os golpes destrutivos que vibramos nos corações alheios e não nos permitiremos repouso enquanto não consertarmos, valorosos, o serviço de reajuste. Tudo isso nos obriga a reconhecer que, nas falhas do campo genésico, temos a considerar, acima de tudo, a crueldade mental que praticamos em nome do amor...Na perseguição ao prazer dos sentidos, costumamos armar as piores ciladas aos corações incautos que nos ouvem...Contudo, fugindo à palavra empenhada ou faltando aos compromissos e votos que assumimos, não nos precatamos quanto à lei de correspondência, que nos devolve, por inteiro, o mal que praticamos. Isso para não falar dos crimes passionais, perpetrados na sociedade humana, todos os dias, pelos abusos das faculdades sexuais. Esses abusos são responsáveis não apenas por largos tormentos nas regiões infernais, mas também por muitas moléstias e monstruosidades que ensombram a vida terrestre, porquanto os deliquentes do sexo, que operaram o homicídio, o infanticídio, a loucura, o suicídio, a falência e o esmagamento dos outros, voltam à carne, sob o impacto das vibrações desequilibrantes que puseram em ação contra si próprios, e são, muitas vezes, as vítimas da mutilação congênita, da alienação mental, da paralisia, da senilidade precoce, da obssessão enquistada, do câncer infantil, das enfermidades nervosas de variada espécie, dos processos patogênicos inabordáveis e de todo um cortejo de males, decorrentes do trauma perispirítico que, provocando desajustes nos tecidos sutis da alma, exige longos e complicados serviços de reparação a se exteriorizarem com o nome de inquietação, angústia, doença, provação, desventura, idiotia, sofrimento e miséria. Há quase vinte séculos ensinou-nos Jesus que "todo aquele que comete o mal é escravo do mal" e podemos acrescentar que, para sanar o mal, a que houvermos escravizado o coração, é imprescindível sofrer a purgação que o extirpa."


( Texto extraído do livro "Ação e Reação", do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier )

A SEXUALIDADE POR LÉON DENIS



"Quanto à escolha do sexo, é também a alma que, de antemão resolve. Pode até variá-lo de uma encarnação para outra por um ato da sua vontade criadora, modificando as condições orgânicas do perispírito.
Certos pensadores admitem que a alternação dos sexos seja necessária para adquirir virtudes mais especiais, dizem eles, a cada uma das metades do gênero humano; por exemplo, no homem, a vontade, a firmeza, a coragem; na mulher, a ternura, a paciência, a pureza.
Cremos de preferência, de acordo com nossos Guias, que a mudança de sexo, sempre possível para o Espírito, é em princípio, inútil e perigosa. Os Espíritos elevados reprovam-na.
É fácil reconhecer, à primeira vista, em volta de nós, às pessoas que numa existência precedente adotaram sexo diferente; são sempre, sob algum ponto de vista, anormais. As viragos, de caráter e gostos varonis, algumas das quais apresentam ainda vestígio dos atributos do outro sexo, por exemplo, barba no mento, são evidentemente homens reencarnados. Elas nada têm de estético e sedutor; sucede o mesmo com os homens efeminados, que têm todos os característicos das filhas de Eva e acham-se como que transviados na vida. Quando um Espírito se afez a um sexo, é mau para ele sair do que se tornou a sua natureza.
Muitas almas, criadas aos pares, são destinadas a evoluirem juntas, unidas para sempre na alegria como na dor. Deram-lhe o nome de almas-irmãs; o seu número é mais considerável do que geralmente se crê; realizam a forma mais completa, mais perfeita da vida e do sentimento e dão às outras almas o exemplo do amor fiel, inalterável, profundo; podem ser reconhecidas por exale característico. Que seria da sua afeição, de suas relações, de seu destino, se a mudança de sexo fosse uma necessidade, uma lei? Entendemos antes que, pelo próprio fato da ascensão geral, os caracteres nobres e as altas virtudes multiplicar-se-ão nos dois sexos ao mesmo tempo; finalmente, nenhuma qualidade ficará sendo apanágio de um só dos sexos, mas atributos dos dois.
A mudança do sexo poderia ser considerada como um ato imposto pela lei de justiça e reparação num único caso, o qual se dá quando maus-tratos ou graves danos, infligidos a pessoas de um sexo, atraem para este mesmo sexo os Espíritos responsáveis, para assim sofrerem, por sua vez, os efeitos das causas que deram origem; mas a pena de talião não rege, de maneira absoluta o mundo das almas, existem mil formas de se fazer a reparação e de eliminarem as causas do mal. A cadeia onipotente das causas e dos efeitos desenvolve-se em mil anéis diversos."


( Texto extraído do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", de Léon Denis, editora da FEB )

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O HOMOSSEXUALISMO E O ESPIRITISMO



O ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ E A INVERSÃO SEXUAL


"Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o Espírito acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher, e que o Espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem. Contudo, em muitas ocasiões, quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus, ocorrendo idêntica situação à mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à devassidão e à deliquência, cria para si mesma terrível alienação mental para além do sepulcro, requisitando quase sempre, a internação em corpo masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser o respeito que deve ao homem, perante o Senhor. Nessa definição, porém, não incluímos os grandes corações e os belos caracteres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em corpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, posição solicitada por eles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e valor, não só o acrisolamento moral de si mesmos, como também a execução de tarefas especializadas, atravé de estágios perigosos de solidão, em favor do campo social terrestre que se lhes vale da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e no progresso espiritual."

( Texto extraído do livro "Ação e Reação", do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier )


TODA A PROBLEMÁTICA SEXUAL RADICA-SE NO ESPÍRITO, E NÃO NO CORPO

Por Marcelo Borela de OLiveira - de Londrina

É possível a uma pessoa mudar sua orientação sexual? Dr. Robert Spitzer, médico psiquiatra americano, docente na Universidade Colúmbia, diz que sim e afirma que para isso basta ter disposição. Em estudo apresentado durante econtro anual da Assossiação Americana de Psiquiatria realizado em 2001, o referido médico revelou que 60% dos homens e 44% das mulheres por ele tratados conseguiram efetivamente, com sua ajuda, mudar de orientação sexual, passando de homossexuais a heterossexuais. A revista Veja de 16 de maio de 2001 trouxe informações sobre esse estudo.
A tese do Dr. Spitzer confirma o que o Dr. Jorge Andréa escreveu em 1980, ou seja, que é possível ao homossexual - que o queira - tratar-se e ter um relacionamento estável com pessoas de sexo diferente. Para conseguir isso, é preciso em primeiro lugar - além da vontade - abster-se dos relacionamentos homossexuais.
A conclusão do estudo não implica dizer seja o homossexualismo uma doença, um desvio de conduta ou uma simples opção sexual. A questão, em verdade, está intimamente ligada ao Espírito e nada tem que ver com o corpo em si.
Para melhor compreensão do assunto, vejamos de forma sintética o que EMMANUEL, afirma em seu livro Vida e Sexo, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier:

1. Quando errante, pouco importa ao Espírito encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher." O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar" afirmam os imortais em "O Livro dos Espíritos", questão nº 202 ( pág. 89 )

2. A homnossexualidade, hoje chamada também transsexualidade, definindo-se no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos de base materialista, mas é perfeitamente compreensível à luz da reencarnação ( pág. 89 )

3. Embora a sociedade terrena seja constituída, em sua maioria, por criaturas heterossexuais, o mundo vê, na atualidade, em todos países, extremas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos aos heterossexuais. ( págs. 89 e 90 )

4. A vida espiritual pura e simples rege-se por afinidades eletivas essenciais; contudo, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fieira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno de bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas criaturas. ( pág. 90 )

5. O homem e a mulher serão, assim, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminino, sem especificação psicológica absoluta. Em face disso, a individualidade em trânsito da experiência feminina para a masculina, ao envergar o corpo físico demonstrará fatalmente os traços de femilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese o corpo de formação masculina que a segregue, verificando-se o mesmo com referência à mulher em igual situação. ( pág. 91 )

O ESPÍRITO PODE REENCARNAR EM CORPO MASCULINO OU FEMININO

6. O Espírito, ao renascer entre os homens, pode, obviamente, tomar um corpo feminino ou masculino, atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, ou ao cumprimento de obrigações regenerativas. ( pág. 91 )

7. O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, é um muitos casos induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfológicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, ocorrendo o mesmo com a mulher que tenha agido de igual modo ( pág. 91 )

8. Em muitos casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e na elevação de si próprios, rogam dos construtores espirituais que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitóriamente se definem. ( págs. 91 e 92 )

9. Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhês dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual, sabendo-se que todos os assuntos nessas área de evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.

O SEXO, SEGUNDO ALLAN KARDEC

Na Revista Espírita de 1866, Allan Kardec escreveu:

1. O Espiritismo ensina que as almas podem animar corpos de homens e mulheres. As almas ou Espíritos não tem sexo: as afeições que os unem nada têm de carnal; fundam-se numa simpatia real e, por isso, são mais duráveis. ( págs. 2 e 3 )

2. Os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais; mas os Espíritos não se reproduzem uns pelos outros, razão por que os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. ( págs. 2 e 3 )

3. A natureza fez o indivíduo do sexo feminino mais fraco que o outro, porque os deveres que lha incubem não exigem uma igual força muscular e seriam até incompatíveis com a rudeza masculina. Aos homens e às mulheres são, assim, assinados pela Providência deveres especiais, igualmente importantes na ordem das coisas, pois eles se completam um pelo outro. ( págs. 3 e 4 ).

MUDANDO DE SEXO, O ESPÍRITO PODERÁ CONSERVAR AS INCLINAÇÕES ANTERIORMENTE CULTIVADAS

4. A influência que o Espírito encarnado sofre do organismo não se apaga imediatamente os gostos e hábitos terrenos. Pode acontecer ainda que o Espírito percorra uma série de existências no mesmo sexo, o que faz que durante muito tempo possa conservar, na erraticidade, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa. ( pág. 4 )

5. Se essa influência se repercute da vida corporal à vida espiritual, o fato se dá também quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Numa nova encarnação trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito. Mudando de sexo, poderá conservar os gostos, as inclinações e o caráter inerente ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes, notadas no caráter de certos homens e de certas mulheres. ( pág. 4 )

Por anomalias aparentes, podemos entender o fato de existirem mulheres másculas que se comportam como verdadeiros homens, e vice-versa, independentemente de manterem ou não relações sexuais. ( Marcelo Borela de Oliveira )

( Texto extraído do site www.oconsolador.com.br )

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O SERMÃO DA MONTANHA



PELO ESPÍRITO LEÃO TOLSTOI
       

        1

Não entesoureis, meus irmãos,
Para vós,
Os efêmeros tesouros da Terra.
Onde a ferrugem e a traça
Tudo consomem,
E onde os ladrões
Os desenterram e roubam...
Mais meritório será
Para vós,
Irmãozinhos,
Adquirir os tesouros do Céu:
- O Amor, a Fé, a Esperança!
- A Bondade, a Paciência, a Justiça!
- O Dever, a Moral
- E o nobre labor
De todos os dias...
Porque estes bens,
Que são verdadeiros, eternos,
Não os consome a ferrugem
Nem os roem as traças
Daninhas do mal...

Esses, são os bens muito vossos,
Que convosco irão
Para a vida celeste...
Bens que os ladrões
Não desenterram nem roubam...

Não entesoureis,
Meus irmãos,
Para vós,
Os efêmeros tesouros da Terra,
Onde a ferrugem e a traça
Tudo consomem...
Porque onde se guardam,
Jovens irmãos
Estes tesouros
Aí também estará
Ansioso e inquieto,
O coração...

       2

Não andeis cuidadosos,
Criando ambições,
Que atormemtam e afligem
As vossas horas diárias...
E nem vos detenhais
A pensar:
- Que comerei?
- Que beberei?
Porque o dia futuro
A si mesmo trará
Seu penoso cuidado...
E a um dia
Bem bastará
Sua própria aflição...

Pensai primeiro,
Meus irmãozinhos,
Antes de tudo,
Em vossas almas celestes,
Filhas de Deus,
Que muito mais valem
Do que a comida do corpo,
Do que a bebida,
Do que o vestido
E a residência terrena
Com que tanto e tanto
Vos afligis...

        3

Vede, irmãozinhos,
As avezinhas que voam
No ar?...
Meditai neste exemplo:
Elas
Não semeiam,
Não segam,
Não acumulam
Em celeiros...
E, todavia,
Vosso Pai Poderoso,
Que vive nos céus,
As veste, as sustenta,
Com lindas plumagens,
Com  alimento diário
E água pura das fontes...
E se com  elas
Assim mesmo procede
Esse Pai caridoso,
Convosco melhor o fará,
Certamente...
Porventura não sois,
Diante dele,
Muito mais do que elas?...

        4

Considerai com crescem
Os lírios do campo...
Não trabalham,
Não fiam,
Mas, em verdade,
Eu vos digo:
- Salomão, o rei glorioso,
Na sua grandeza ofuscante
Jamais conseguiu
Assim se trajar,
Como um desses...

O lírio
É como o feno do campo:
Hoje está lindo e viçoso,
Mas, amanhã,
Já murchou e caiu
Para ser consumido
No fogo...
Pois, apesar
De assim ser,
E se Deus
Assim belo o conserva
Nos jardins e nos vales,
No campo ou nos brejos,
Quanto mais
A vós o fará,
Que sois almas eternas,
Homens sem fé?...

        5

Portanto buscai
Em primeiro lugar,
Em vez dos tesouros terrenos
Que a ferrugem e a traça
Consomem,
Buscai,
Em verdade o repito,
Em primeiro lugar
- O reino de Deus
E sua
Gloriosa justiça,
Porque, assim sendo,
Todas as coisas
Que desejardes,
E mais outras ainda,
Se vos serão concedidas
Por benévolo acréscimo...


( Texto extraído do livro "Ressurreição e Vida", do Espírito Leão Tolstoi, psicografado por Yvonne A. Pereira, editora da FEB )

sábado, 15 de setembro de 2012

AS TENTAÇÕES



"Para se dar conta desses estado de coisas e compreender o que iremos dizer, é preciso se reportar a esse princípio fundamental, que entre os Espíritos os há de todos os graus em bem e em mal, em ciência e em ignorância; que os Espíritos pululam ao nosso redor, e quando cremos estar sós, estamos sem cessar cercados de seres que nos acotovelam, uns com indiferença como estranhos, os outros que nos observam com intenções mais ou menos benevolentes, segundo sua natureza.
O provérbio: Quem se parece se reúne, tem sua aplicação entre os Espíritos como entre nós e mais ainda entre eles, se isso é possível, porque não estão, como nós, sob a influência de considerações sociais. Todavia, se, entre nós, essas considerações confundem, algumas vezes, os homens de costumes a de gostos muito diferentes, essa confusão não é, de alguma sorte, senão material e transitória; a semelhança ou divergência de pensamentos será sempre a causa das atrações ou das repulsões. Nossa alma que não é, em definitivo, senão um Espírito encarnado, não é menos Espírito.
O pensamento é laço que nos une ao Espírito, e por esse pensamento atraímos aqueles que simpatizam com as nossas idéias e nossas tendências. Representemo-nos, pois, a massa dos Espíritos que nos cercam com a multidão que encontramos no mundo; por toda parte onde vamos de preferência. Por toda parte se encontram Espíritos atraídos pelo pensamento dominante. Se lançarmos um golpe de vista sobre o estado moral da Humanidade que, em geral, conceberemos sem dificuldades que, nessa multidão oculta, os Espíritos elevados não devem estar em maioria; é uma das consequências do estado de inferioridade do nosso globo.
Os Espíritos que nos cercam não são passivos; é um povo essencialmente movimentado, que pensa e age sem cessar, que nos influência com o nosso descohecimento, que nos excita ou nos dissuade, que nos impele ao bem ou ao mal, o que não nos tira mais nosso livre-arbítrio senão os conselhos bons ou maus que recebemos de nossos semelhantes. Mas quando os Espíritos imperfeitos solicitam alguém a fazer uma coisa má, sabem muito bem a quem se dirigem e não vão perder seu tempo onde vêem que serão mal recebidos, eles nos excitam segundo nossas tendências ou segundo os germes que vêem em nós e nossas disposições em escutá-los: eis porque o homem firme nos princípios do bem não lhes dá oportunidade.
Deus, nos dizem, nos vos deu o julgamento para nada; servi-vos dele, pois, para saber com quem tendes relação.
De todas as disposições morais, a que dá mais presa aos Espíritos imperfeitos é o orgulho. É quase inútil, depois disso falar de outras imperfeições morais, tais como o egoísmo, a inveja, o ciúme, a ambição, a cupidez, a dureza de coração, a ingratidão, a sensualidade, etc. Cada um compreende que elas são tantas portas abertas aos Espíritos imperfeitos, ou pelo menos causas de fraqueza. Para afastar estes últimos, é preciso lhes fechar a porta e os ouvidos, provar-lhes que se é mais forte do que eles, e, incostestávelmente, pelo amor ao bem, a caridade, a doçura, a simplicidade, a modéstia e o desinteresse, qualidades que nos conciliam com a benevolência dos bons Espíritos; é seu apoio que faz a nossa força, e se eles nos deixam, algumas vezes, presa dos maus, é uma prova para a nossa fé e o nosso caráter."
( Allan Kardec )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1859, de Allan Kardec )

OS ANJOS GUARDIÃES


"É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo seu encanto e pela sua doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que se tem, junto de si, seres que vos são superiores, que estão bem sempre aí para vos aconselhar, vos sustentar, para vos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são amigos mais seguros e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possa contrair, nesta Terra, não é uma idéia bem consoladora? Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi ele quem os colocou junto de nós, e estão aí pelo amor dele, e cumprem, junto de nós, uma bela mas penosa missão. Sim, em qualquer parte que estejais, ele estará convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de deboches, a solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma sente os mais doces impulsos e ouve os sábios conselhos. Por que não conheceis melhor esta verdade! Quantas vezes ele vos ajudou nos momentos de crise, quantas vezes vos salvou das mãos dos maus Espíritos! Mas, no grande dia, esse anjo do bem terá frequentemente, a vos dizer: "Não te disse isso? E tu não o fizeste. Não te mostrei o abismo, e tu nele te precipaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade e não seguiste os conselhos da mentira?" Ah! questionai vossos anjos guardiães; estabelecei, entre ele e vós, essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não penseis em não lhes ocultar nada, porque são o olho de Deus, e não podeis enganá-los. Sonhai com o futuro, procurai avançar nesse caminho, vossas provas nele serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Ide! homens de coragem; lançai longe de vós; caminhai, caminhai, tendes guias, segui-os: o objetivo é o próprio Deus.
...Estejai seguros que Deus não vos abandonou sózinhos na Terra, sem amigos e sem sustentação. Cada anjo guardião tem o seu protegido, sobre o qual ele vela, como um pai vela sobre seu filho; ele é feliz quando o vê seguir o bom caminho, e geme quando seus conselhos são desprezados..."
( São Luiz e Santo Agostinho )


( Texto extraído da Revista Espírita, Janeiro de l859, de Allan Kardec )

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O EGOÍSMO



" O egoísmo, esta chaga da Humanidade, precisa desaparecer da Terra, porque impede a sua evolução moral. É ao Espiritismo que está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos.
O egoísmo é, portanto, a enfermidade contra a qual todos devem aplicar os medicamentos necessários, com toda a sua fé e toda a sua preseverança, porque esta é a qualidade que vocês mais necessitam para vencer a si mesmos, sem se ocupar de querer vencer o seu próximo. Que cada um, por conseguinte, empenhe todos os seus esforços para curar a ferida do egoísmo em si próprio, porque esse monstro devorador de todas as inteligências é filho do orgulho e é a origem de todas as misérias terrenas.
O egoísmo é a negação da caridade e, consequentemente, o grande obstáculo para a felicidade dos homens.
Jesus lhes deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o exemplo do egoísmo, porque enquanto o Justo vai percorrer as santas estações de seu martírio, Pilatos lava as mãos dizendo:" Este homem é justo, por que  o quereis crucificar?". E, no entanto, ele deixa que conduzam Jesus ao suplício.
É por esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, esta lepra que invadiu o coração do homem, que o cristianismo ainda não cumpriu toda a sua missão. É a vocês, novos apóstolos da fé, que os Espíritos Superiores esclarecem, que cabe a tarefa e o dever de extirpar esse mal. Só assim o cristianismo disporá de toda a sua força para limpar o caminho que conduz à espiritualização. Só assim serão afastadas as pedras que entravam o desenvolvimento da doutrina do Cristo.
Expulsem o egoísmo da Terra e ela subirá na escala dos mundos, pois já é tempo de a Humanidade vestir a sua verdadeira roupagem espiritual, mas para isso é necessário que primeiro vocês expulsem o egoísmo de seus corações."
( Emmanuel, Paris, 1861 )


( Texto extraído de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XI, Item 11, de Allan Kardec )

A LEI DO AMOR


" O amor resume a doutrina de Jesus por inteiro, uma vez que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura da evolução já realizada. Em seu princípio, a criatura humana só tem instintos; quando faz algum progresso, mas adquire vícios e alimenta paixões, só tem sensações; quando alcança conhecimentos morais e vivencia o bem, purificando-se, tem sentimentos.
O máximo dos sentimentos é o amor!
Não falamos do amor no sentido comum e popular dessa palavra. Referimo-nos a esse veradeiro Sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas aspirações de evolução do homem e todas as revelações vindas de Mais-Alto. A lei do amor substitui a personalidade pela fusão de todos os seres e termina com as misérias sociais.
Feliz daquele que, vencendo a sua etapa de egoísmo e orgulho, ama com imenso amor seus irmãos que estejam em sofrimentos! Feliz aquele que ama, porque não mais conviverá com as angústias de sua alma nem com as de seu corpo. Seus pés são leves e ele vive como que transportado para fora de si mesmo.
Quando Jesus pronunciou essa divina palavra: amor, essa palavra fez os povos estremecerem, e os mártires, inebriados de esperanças, submeteram-se aos sacrifícios para testemunharem a Palavra da Esperança.
O Espiritismo,  por sua vez, vem pronunciar uma segunda palavra do dicionário divino. Estejam, pois, atentos, porque essa palavra soergue a cobertura dos túmulos vazios, e a reencarnação, abatendo a morte, revela ao homem deslumbrado toda a sua riqueza moral e de inteligência. Já não é mais ao sacrifício que ela conduz o homem. Ela leva o homem à conquista de seu ser, elevado e transfigurado espiritualmente. O sangue dos sacrifícios livrou o espírito do cativeiro e, agora, o espírito alforriado deve libertar o homem da prisão da matéria.
Eu já disse que o homem, no seu princípio, não possuía mais que instintos. Aquele, pois, que é dominado pelos instintos, está mais próximo de seu ponto de partida do que do seu ponto de chegada. Para avançar ao encontro de sua meta espiritual, é necessário vencer os instintos, transformando-os em sentimentos, ou seja, deve o homem aperfeiçoar os seus instintos, sufocando o domínio da matéria sobre si mesmo.
Os instintos, no mecanismo divino, são as sementes de onde nascem os sentimentos. Os instintos trazem consigo o progresso, assim como a semente de uma laranja traz em si a laranjeira. Os seres menos evoluídos são os que, libertando-se, pouco a pouco, do seu estado latente, permanecem a serviço de seus instintos.
O Espírito, por isso, deve ser cultivado como um terreno de agricultura. Toda a colheira futura depende do trabalho de hoje. E mais que os bens terrenos, o seu trabalho no campo moral de sua alma o levará à gloriosa evolução. Será então que, compreendendo a lei do amor, que une todos os seres, nela você buscará os suaves prazeres da alma, que são os primeiros passos das alegrias celestiais".
( Lázaro, Paris, 1862 )


( Conforme "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XI, Item 8, de Allan Kardec )

CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO



A perfeição moral consiste em torturar o corpo físico?

"Para resolver esta questão, eu me basearei sobre princípios elementares da natureza. Começarei por demonstrar a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas da saúde e de enfermidade, influi de uma maneira muito decisiva sobre a alma, que se deve considerar como prisioneira da carne.
Para que essa prisioneira, a alma, sinta a vida, movimente-se e até conceba mesmo a sensação de liberdade, o corpo deverá estar sadio, disposto, vigoroso.
Façamos uma comparação: Eis que se acham ambos, corpo e alma, em bom estado. Que devem fazer para manter o equilíbrio recíproco entre as suas aptidões e necessidades tão diferentes? A luta entre os dois parece inevitável e difícil é chegar-se ao segredo do equilíbrio entre ambos.
Dois sistemas se conflitam sobre o segredo do equilíbrio corpo-e-alma: o dos ascetas que querem aniquilar o corpo e o dos materialistas que querem rebaixar a alma. Estas são duas violências, uma tão insensata quanto à outra.
Ao lado dessas duas grandes correntes de pensamentos, fervilha uma numerosa tribo de pessoas indiferentes que, sem nenhuma idéia sobre a questão e sem nehuma paixão, restringem-se a amar com indolência e a desfrutar com moderação.
Onde, pois, está a sabedoria?
Onde, pois, está a ciência de viver?
Em nenhuma dessas correntes. E esse grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e alma e a dizer-lhes que, desde que eles sendo necessários um para o outro, é indispensável cuidar de ambos.
Amem, pois, a sua alma, mas cuidem igualmente de seu corpo, que é o instrumento de evolução de sua alma. Desatender as necessidades que são indicadas pela natureza do próprio corpo é desconhecer as leis de Deus.
Não castiguem o seu corpo pelas faltas que o seu livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais ele é tão responsável quanto o veículo mal dirigido o é pelos acidentes que causa.
Vocês seriam, por acaso, mais perfeitos se torturassem o corpo, sem que vocês se tornassesm menos egoístas, menos orgulhosos e mais caridosos para com o seu próximo? Não! A perfeição não será alcançada pela tortura do seu corpo físico. A perfeição está toda, e por inteiro, nas reformas de hábitos que vocês impuserem a seus próprios espíritos.
Dobrem-se, humilhem-se, mortificam-se a si próprios moralmente, pela reforma interior de sua alma, porque esse é o meio de vocês alcançarem a perfeição."
( Georges, Espírito Protetor, Paris, 1863 )


( Texto extraído de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XVII, item 11, de Allan Kardec )

O ASSASSÍNIO




746. O assassínio é um crime aos olhos de Deus?
- Sim, um grande crime, pois aquele que tira a vida de um semelhante interrompe uma vida de expiação ou de missão, e nisso está o mal.
747. Há sempre no assassínio o mesmo grau de culpabilidade?
- Já o dissemos: Deus é justo e julga mais a intenção do que o fato.
748. Deus escusa o assassínio em caso de legítima defesa?
- Só a necessidade o pode acusar; mas, se pudermos preservar a nossa vida sem atentar contra a do agressor, é o que devemos fazer.
749. O homem é culpável pelos assassínios que comete na guerra?
- Não, quando é constrangido pela força; mas é responsável pelas crueldades que comete. Assim também o seu sentimento de humanidade será levado em conta.
750. Qual é o mais culpável aos olhos de Deus, o parrícidio ou o infanticídio?
- Um e outro o são igualmente, porque todo crime é crime.
751. Por que entre certos povos, já adiantados do ponto de vista  intelectual, o infanticídio é um costume e consagrado pela legislação?
- O desenvolvimento intelectual não acarreta a necessidade do bem; o Espírito de inteligência superior pode ser mau; é aquele que muito viveu sem se melhorar: ele o sabe.


( Conforme "O Livro dos Espíritos", Livro Terceiro, Capítulo VI, Item IV, de Allan Kardec )

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

PRECE PELOS DOENTES



PREFÁCIO. As doenças fazem parte das provações e das vicissitudes da vida terrena. Elas são próprias da imperfeição de nossa natureza física e da inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda ordem semeiam em nós os princípios das enfermidades, algumas vezes transmissíveis pela hereditariedade.
Nos mundos mais avançados física e moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos denso, não está sujeito às mesmas enfermidades que aqui experimentamos e o corpo não é minado silenciosamente pelos fluidos envenenados das paixões humanas. É necessário, portanto, que nos resignemos a suportar as consequências do meio em que nos coloca a nossa própria inferioridade espiritual, até que conquistemos o direito de passar para um mundo melhor. Isso não deve, porém, de impedir-nos de fazer o que de nós depende para melhorar a situação atual. Se, no entanto, apesar de nossos esforços, não pudermos fazê-lo, o Espiritismo nos ensina a suportar, com resignação, os nossos males passageiros.
Se Deus não quisesse que nossos sofrimentos físicos fossem curados ou aliviadas as enfermidades, em certos casos, ele não teria colocado os meios de cura à nossa disposição. A sua providêncial solicitude a esse respeito, ajustada ao nosso instinto de conservação, é um sinal de que é nosso dever procurar e aplicar esses meios de cura que se encontram ao nosso alcance.
Ao lado da medicação comum, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos levou a conhecer o poder de cura da ação fluídica. E o Espiritismo, por sua vez, nos veio revelar uma outra energia na mediunidade de cura e na influência benéfica da prece sobre a saúde humana.


PRECE ( A ser feita pelo próprio doente )


Senhor, sois todo justiça.
A doença que me enviastes, eu devo merecê-la, porque nunca fazeis alguém sofrer sem justos motivos.
Apresento-me, pois, para minha cura, diante de vossa infinita misericórdia.
Se for de vosso agrado me devolver a saúde, que o vosso santo nome seja bendito!
Se, pelo contrário, eu devo sofrer mais, bendito seja o vosso nome, também.
Eu me submeto aos vossos desígnios sem me queixar, porque tudo o que fazeis só pode ter por finalidade o bem de vossas criaturas.
Fazei, ó meu Deus, que esta efermidade seja para mim um aviso salutar e que me leve a examinar-me a mim mesmo, do ponto de vista moral.
Eu a aceito como uma expiação de meus erros do passado e como uma prova para a minha fé e para a minha submissão à Justiça Divina.


PRECE ( A ser feita para um doente )


Meu Deus, os vossos desígnios são impenetráveis pelos humanos!
Na vossa sabedoria, deixastes que uma enfermidade viesse afligir a..............( diz o nome do doente ).
Lançai, eu vos  suplico , um olhar de compaixão sobre  os sofrimentos dele e dignai-vos de  colocar um  final em suas dores.
Bons Espíritos, que sois ministros do Onipotente, secundai-me, eu vos peço, no meu desejo de aliviá-lo.
Dirigi meus pensamentos, a fim de que possam derramar-se como um bálsamo salutar sobre o corpo dele e que sejam uma consolação para a sua alma.
Inspirai-lhe a paciência e a submissão à Justiça Divina.
Dai-lhe forças para suportar as suas dores com resignação cristã, a fim de ele não perder o fruto desta prova.



( Texto extraído de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XXVIII, itens 77, 78 e 79, de Allan Kardec )

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PRECE PARA RESIGNAÇÃO NAS PROVAÇÕES



PREFÁCIO. Quando uma aflição nos chega, se lhe procuramos a causa, vamos encontrá-la quase sempre, em nossa imprudência ou em nossa imprevidência ou numa ação anterior que desencadeou a consequência infeliz. Em qualquer desses casos, só de nós mesmos teremos de nos queixar. Se a causa de um infortúnio não se origina de um nosso ato atual, trata-se, por certo, de uma prova para esta existência, ou será a expiação por atos de existências passadas. E, neste último caso, a natureza da expiação nos permitirá conhecer a natureza do erro praticado. E que nós sempre sofremos aquilo que fizemos os outros sofrerem.
No que nos aflige, vemos em geral apenas o mal presente e não os efeitos favoráveis futuros que nos poderão vir daí. O bem é, muitas vezes, a consequência de um mal passageiro, como a cura de uma enfermidade é o resultado dos meios dolorosos que foram empregados para alcançá-la. Em todos os casos de aflição, devemos nos render aos desígnios de Deus, suportando com resignação as atribulações da vida, se quisermos aproveitá-las para a nossa regeneração. É a nós que se aplicam estas palavras do Cristo: "Bem-aventurados os que sofrem".


PRECE


Meu Deus, vós sois soberanamente justo.
Todo sofrimento neste mundo deve, portanto, ter uma causa justa e uma utilidade igualmente justa.
Aceito a aflição que eu estou sofrendo como uma expiação de meus erros passados e como uma prova para o meu futuro espiritual.
Bons Espíritos que me protegem, dai-me forças para suportar as aflições sem queixas.
Fazei que elas sejam, para mim, um aviso salutar.
Que elas se somem com as minhas experiências anteriores.
Que elas abatam o meu orgulho, a minha ambição, a minha tola vaidade, e o meu egoísmo, e que contribuam, assim, para a minha evolução moral.


PRECE ( outra )


Eu sinto, ó meu Deus, a necessidade de vos pedir que me deis força para suportar as provações a que me submeteis.
Permiti que a luz se faça intensamente viva em minha alma, a fim de que possa valorizar toda a grandeza do vosso amor que me permite a aflição, por querer salvar-me do mal.
Eu me submeto com resignação, ó meu Deus, mas, como criatura fraca e falível, se não me amparardes, temo sucumbir.
Não me abandoneis, Senhor, porque sem vós eu nada posso.


PRECE ( outra )


Eu elevei o meu olhar para Ti, ó Eterno, e me senti fortalecido.
Tu és minha força, não me abandones jamais.
Ó meu Deus! sinto-me esmagado sob o peso de minhas injustiças!
Ajuda-me!
Tu conheces a fraqueza de minha carne e não desvies de mim o teu olhar!
Eu sou devorado por uma sede ardente.
Faz brotar a fonte de água viva e me dessedentarei.
Que minha boca se abra para te cantar louvores e não para queixar-me das aflições de minha vida.
Sou fraco moralmente, Senhor, mas teu amor me sustentará.
Ó Eterno! só tu és grande, só tu és o motivo e a finalidade de minha vida.
Bendito seja o teu nome, se me fazes sofrer, pois tu és o Senhor e eu o teu servidor infiel.
Curvarei a fronte e sem me queixar, porque só tu és grande, só tu és a meta de nossas vidas!



( Texto extraído de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XXVIII, itens 30, 31, 32 e 33, de Allan Kardec )