ALLAN KARDEC

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ESQUECIMENTO DAS INJÚRIAS



"Minha filha, o esquecimento das injúrias é a perfeição da alma, como o perdão das ofensas feitos à vaidade é a perfeição do Espírito.
Foi mais fácil a Jesus perdoar os ultrajes de sua Paixão quanto não é fácil, ao último dentre vós, perdoar uma leve zombaria.
A grande alma do Salvador, habituada à doçura, não concebia nem a amargura, nem a vingança; os nossos, obtendo o que é pequeno, esqueceria o que é grande.
Cada dia os homens imploram o perdão de Deus que desce sobre eles como benfazejo orvalho; mas seus corações esquecem essa palavra, sem cessar repetida na prece.
Eu vos digo, em verdade, o fel interior corrompe a alma; é a pedra pesada que a fixa ao solo e retém a sua elevação.
Quando sois censurados, centrai em vós mesmos; examinai vosso pecado interior: aquele que o mundo ignora; medi sua profundidade, e curai vossa vaidade pelo conhecimento de vossa miséria.
Se, mais grave, a ofensa alcança o coração, lamentai o infeliz que a comete, como lamentais o ferido cuja ferida aberta deixa correr o sangue: a piedade é devida àquele que aniquila seu ser futuro.
Jesus, no Jardim das Oliveiras, conheceu a dor humana, mas ignorou sempre as asperezas do orgulho e as mesquinharias da vaidade; encarnou-se para mostrar aos homens o tipo de beleza moral que  deveria lhe servir de modelo: dela não vos afasteis nunca.
Modelai vossas almas como a cera mole, e fazei que vossa argila transformada torne-se um mármore imperecível que Deus, o grande escultor, possa assinar."
( Lazáro )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1862, de Allan Kardec )

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