ALLAN KARDEC

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A FÉ



"Eu sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade, chamo-me a Fé.
Sou grande e forte; aquele que me possui não teme nem o ferro e nem o fogo: é a prova de todos os sofrimentos físicos e morais. Irradio sobre vós com um faixo cujos jatos faiscantes se refletem no fundo dos vossos corações, e vos comunica a força e a vida.
Diz-se entre vós que ergo as montanhas, e eu vos digo: venho erguer o mundo, porque o Espiritismo é a alavanca que deve me ajudar.
Uni-vos, pois, a mim, eu sou a\ Fé.
Eu sou a Fé! Habito, com a Esperança, a Caridade e o Amor, o mundo dos puros Espíritos; frequentemente, deixei as regiões etéreas e vim sobre a Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do Espírito; mas, à parte os mártires dos primeiros tempos do Cristianismo, e alguns ferverosos sacrifícios, de longe em longe, ao progresso da ciência, das letras, da indústria e da liberdade, não encontrei, entre os homens, senão indiferença e frieza, e retornei tristemente meu vôo para os céus; vós me crieis em vosso meio, mas vos enganastes, porque a Fé sem obras é uma aparência de Fé; a verdadeira Fé é a vida e ação.
Antes da revelação do Espiritismo, a vida era estéril, era uma árvore seca pelos estrondos do raio que não produzia nenhum fruto. Não se me reconhecia pelos meus atos: eu ilumino as inteligências, aqueço e fortaleço os corações; expulso para longe de vós as influências enganadoras e vos conduzo a Deus pela perfeição do Espírito e do coração.
Vinde vos alinhar sob minha bandeira, sou poderosa e forte: eu sou a Fé.
Eu sou a Fé, e o meu reino começa entre os homens; reino pacífico que vai torná-los felizes para o tempo presente e pela eternidade.
A aurora de meu advento entre vós é pura e serena; seu sol será resplandecente, e seu deitar virá docemente embalar a Humanidade nos braços das felicidades eternas.
Espiritismo! Derrama sobre os homens o teu batismo regenerador; faço-lhes um apelo supremo: Eu sou a Fé."
( Georges, Bispo de Périgueux )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Fevereiro de 1862, de Allan Kardec )

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