ALLAN KARDEC

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A PROVIDÊNCIA DE DEUS



"A providência é a solicitude de Deus para com as criaturas. Ele está em toda a parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial.
...No estado em que se encontram, só muito dificilmente podem os homens compreender que Deus seja infinito. Vendo-se limitados, circunscritos, eles o imaginam também circunscrito e limitado.
...Imaginando-o circunscrito, figuram-no quais eles são, à imagem e semelhança deles. Os quadros em que o vemos com traços humanos não contribuem pouco para entreter esse erro no espírito das massas, que nele adoram mais a forma que o pensamento. Para a maioria é ele um soberano poderoso, sentado num trono inacessível e perdido na imensidade dos céus. Tendo restritas suas falculdades e percepções, não compreendem que Deus possa e se digne de intervir distintamente nas pequeninas coisas.
...Tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude. Nenhum ser haverá, por mais ínfimo que o suponhamos, que não esteja saturado Dele. Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o Seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos Nele, como Ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.
Para estender a sua solicitude a todos as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que Ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois estando de contínuo ao nossa lado, os nossos pensamentos repercutem Nele.
...Deus está em toda parte, na Natureza, como o Espírito está em toda parte, no corpo.
...Um membro se agita: o Espírito o sente; uma criatura pensa: Deus o sabe.
...As diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente: Deus sabe o que se passa e assina a cada um o que lhe diz respeito.
Daí se pode deduzir a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de todos os mundos e, por fim, de todas as criações com o Criador.
...Deus existe: disso não podemos duvidar. É infinitamente justo e bom: essa a sua essência. A tudo se estende a sua solicitude: compreendemo-Lo. Só o nosso bem, portanto, Ele quer, donde se segue que devemos confiar Nele: é o essencial. Quanto ao mais, esperemos que nos tenhamos tornado dignos de O compreender."


( Texto extraído do livro "A Gênese", de Allan Kardec )

sábado, 25 de agosto de 2012

A FÉ, MÃE DA ESPERANÇA E DA CARIDADE



"A fé, para ser útil, deve ser ativa. Ela não pode adormecer no coração. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, ela deve desdobrar-se ativamente para desenvolver as suas próprias filhas.
A esperança e a caridade são frutos da fé. Elas, juntas, formam uma trindade inseparável. Não é a fé que nos alimenta a esperança de vermos cumpridas as promessas do Senhor? Se não tivermos fé, o que nos dará o amor? Senão tivermos a fé, que gratidão seria a nossa e,  por consequência, qual seria o nosso amor?
A fé, divina inspiração de Deus, desperta todos os sentimentos nobres que induzem o homem ao bem. Ela é a a base da regeneração humana. É necessário, portanto, que essa base seja sólida e durável, pois se a menor dúvida a abalar, que será do edifício de princípios que construiremos sobre ela? Levantem, portanto, esse edifício sobre fundações que não sofram mudanças. Que a sua fé seja mais sólida do que os argumentos falsos e as zombarias dos incrédulos, pois a fé que vacila diante do ridículo dos homens não é a verdadeira fé.
A fé sincera é empolgante, contagiosa. Ela se transmite aos que não a tenham ou, mesmo, aos que não desejariam tê-la. Ela encontra palavras persuasivas que vão ao fundo da alma, enquanto a fé aparente apenas se serve de palavra com sons e sem espírito, que deixam frios e indiferentes aqueles que estejam à sua volta.
Preguem pelo exemplo de sua fé, para transmiti-la aos homens. Preguem pelo exemplo de suas obras, para que vejam o mérito da fé. Preguem pela sua esperança inabalável para que vejam a confiança que lhes dá energias e, ao mesmo tempo, que lhes dá estímulo para que vocês enfrentem todas as dificuldades da vida.
Tenham, portanto, a fé com tudo o que ela contém de belo e de bom, na sua pureza, com a força de seu raciocínio. Não admitam a fé sem comprovação, essa cega filha da cegueira da verdade espritual. Amem a Deus, mas sabendo porque vocês amam. Creiam nas promessas divinas, mas sabendo porque vocês crêem. Sigam os nossos conselhos, mas comprenetrados dos fins que lhes propomos e dos meios que lhes indicamos para alcançá-los.
Creiam e esperem sem jamais enfraquecer na sua fé: os milagres são obras da fé." (José, Espírito  Protetor, Bordéus, 1862 )


( Conforme "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo XIX, item 11, de Allan Kardec )

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A CRUELDADE



752.Podemos ligar o sentimento de crueldade ao instinto de destruição?
- É o próprio instinto de destruição no que ele tem de pior, porque, se a destruição é às vezes necessária, a crueldade jamais o é. Ela é sempre a consequência de uma natureza má.
754.A crueldade não decorre da falta de senso moral?
- Dize que o senso moral não está desenvolvido, mas não que está ausente; porque ele existe, em princípio, em todos os homens; é esse senso moral que os transforma mais tarde em seres bons e humanos. Ele existe no selvagem, como o princípio do aroma no botão de uma flor que ainda não se abriu.
Todas as faculdades existem no homem em estado rudimentar ou latente e se desenvolvem segundo as circunstâncias mais ou menos favoráveis. O desenvolvimento excessivo de umas impede ou neutraliza o de outras. A superexcitação dos instintos materiais asfixia, por assim dizer, o senso moral, como o desenvolvimento deste arrefece pouco a pouco as faculdades puramente animais.
755.Como se explica que nas civilizações mais adiantadas existam criaturas às vezes tão cruéis como os selvagens?
- Da mesma maneira que uma árvore carregada de bons frutos existem os temporãos. Elas são, se quiseres, selvagens que só têm da civilização a aparência, lobos extraviados em meio de cordeiros. Os Espíritos de uma ordem inferior, muito atrasados, podem encanar-se entre homens adiantados com a esperança de também se adiantarem; mas se a prova for muito pesada, a natureza primitiva reage.
756.A sociedade dos homens de bem será um dia expurgarda dos malfeitores?
- A Humanidade progride. Esses homens dominados pelo instinto do mal, que se encontram deslocados entre os homens de bem, desaparecerão pouco a pouco como o grão é separado do bom quando joeirado. Mas renascerão em outro invólucro. Então, com mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. Tens um exemplo nas plantas e nos animais que o homem aprendeu como aperfeiçoar, desenvolvendo-lhe qualidades novas. Pois bem: é só depois de muitas gerações que o aperfeiçoamento se torna completo. Essa é a imagem das diversas existências do homem.

domingo, 19 de agosto de 2012

A DEPRESSÃO



BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS: A MELANCOLIA


"Você sabe por que uma vaga tristeza invade o seu coração e lhe faz sentir a vida amarga? É o seu Espírito que aspira à felicidade e à liberdade! Ligado ao corpo que lhe serve de prisão, ele se esgota no vão esforço que faz para libertar-se.
Reconhece serem inúteis esses esforços!
Cai, então, no desalento e, como o corpo físico lhe sofre a influência, o abatimento, o desânimo e uma espécie de apatia se apoderam de seua vontade e você, por isso, se julga infeliz.
Resista, porém, com energia a essas sensações que enfraquecem a sua vontade. As aspirações por uma vida melhor são inerentes aos espíritos de todas as criaturas humanas. Mas não busque essa vida feliz aqui na Terra.
Agora que Deus envia seus Espíritos para lhe instruir sobre a felicidade que Ele lhe reserva, aguarde pacientemente o espírito da libertação que lhe vai ajudar a romper os laços que trazem a sua alma cativa.
Lembre-se de que você tem a cumprir uma missão, durante as suas provações sobre a Terra, e essa missão, da qual você não pode duvidar, será pela sua dedicação à família, será pelo desempenho dos diversos deveres que Deus lhe confiou.
Se, no decurso dessas provas e ao cumprir com a sua tarefa, sobre você desabarem os cuidados, as inquietações, os pesares, seja forte e corajoso para suportá-los.
Enfrente as adversidades bravamente.
Elas são de curta duração e irão conduzi-lo ao encontro dos amigos, pela companhia dos quais você
chora. Esses amigos se sentirão felizes por vê-lo de novo entre eles e lhe estenderão seus braços pra conduzirem você a uma região onde não tem acesso as aflições da Terra." (Francisco de Genebra, Bordéus)



( Conforme "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo V, item 25, de Allan Kardec )

sábado, 18 de agosto de 2012

O SUICÍDIO



944. O homem tem o direito de dispor da sua própria vida?
- Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.
944-a. O suicídio não é sempre voluntário?
- O louco que se mata não sabe o que faz.
945. O que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida?
- Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada!
946. Que pensar do suicída que tem por fim escapar às misérias e às decepções deste mundo?
- Pobres Espíritos que não tiveram a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que não tem forças nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Infelizes ao contrário, os que esperam uma saída nisso que, na impiedade, chamam de sorte ou acaso! A sorte ou acaso, para me servir da sua linguagem, podem de fato favorecê-los por um instante, mas somente para lhes fazer sentir mais tarde, e de maneira mais cruel, o vazio de suas palavras.
947. O homem que se vê às voltas com a necessidade e se deixa morrer de desespero pode ser considerado como suicida?
- É um suicida, mas os que causaram ou que o poderiam impedir são mais culpáveis que ele, a quem a indulgência espera. Não acrediteis, porém, que seja inteiramente absolvido se lhe faltou a firmeza e a perseverança e se não fez uso de toda a sua inteligência para sair das dificuldades. Infeliz dele, sobretudo, se o seu desespero é filho do orgulho; quero dizer, se é um desses homens em que o orgulho paralisa os recursos da inteligência e que se envorgonhariam se tivessem de dever a existência ao trabalho das próprias mãos, preferindo morrer de fome a descer do que chamam a sua posição social! Não há cem vezes mais grandeza e dignidade em lutar contra a adversidade, em enfrentar a crítica de um mundo fútil e egoísta, que só tem boa vontade para aqueles a quem nada falta, e que vos volta as costas quando dele necessitais? Sacrificiar a vida à consideração desse mundo é uma coisa estúpida, porque ele não se importará com isso.
948. O suicida que tem por fim escapar à vergonha de uma ação má é tão repreensível como o que é levado pelo desespero?
- O suicídio não apaga a falta. Quando se teve a coragem de praticar o mal´, é preciso tê-la para sofrer as consequências. Deus é quem julga. E, segundo a causa, pode às vezes diminuir o seu rigor.
Aquele que tira a própria vida para fugir à vergonha de uma ação má, prova que tem mais em conta a estima dos homens que a de Deus, porque vai entrar na vida espiritual carregado de suas iniquidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida. Deus é muitas vezes menos inexorável que os homens: perdoa o arrependimento sincero e leva em conta o nosso esforço de reparação; mas o suicídio nada repara.
950. Que pensar daquele que tira a própria vida com a esperança de chegar mais cedo a uma vida melhor?
- Outra loucura! Que  ele faça o bem e estará mais seguro de alcançá-la, porque daquela forma, retarda a sua entrada num mundo melhor e ele mesmo pedirá para vir completar essa vida que interrompeu por uma falsa idéia. Uma falta, qualquer que seja, não abre jamais o santuário dos eleitos.
952. O homem que perece como vítima do abuso das paixões que, como o sabe, deve abreviar o seu fim, mas às quais não tem mais o poder de resistir, porque o hábito as transformou em verdadeiras necessidades físicas, comete um suicídio?
- É um suicídio moral. Não compreendeis que o homem, neste caso, é duplamente culpado? Há nele falta de coragem e bestialidade, e além disso o esquecimento de Deus.
956. Os que, não podendo suportar a perda de pessoas queridas, se matam na esperança de se juntarem a elas, atingem o seu objetivo?
- O resultado para elas é bastantge diverso do que esperam, pois em vez de se unirem ao objeto de sua afeição, dele se afastam por mais tempo, porque Deus não pode recompensar um ato de covardia e o insulto que lhe é lançado com a dúvida quanto à sua providência. Eles pagarão esse instante de loucura com aflições ainda maiores do que aquelas que quiseram abreviar, e não terão para os compensar a satisfação que esperavam.
957. Quais sãoe, em geral, as consequências do suicídio sobre o estado de Espírito?
- As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma consequência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior que aquela cujo curso interromperam.
A observação mostra, com efeito, que as consequências do suicídio não são sempre as mesmas. Há, porém, as que são comuns a todos os casos de morte violenta, as que decorrem da interrupção brusca da vida. É primeiro a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito e o corpo, poque esse laço está quase sempre em todo o seu vigor no momento em que foi rompido, enquanto na morte natural se enfraquece gradualmente e em geral até mesmo se desata antes da extinção completa da vida. As consequências desse estado de coisas são a prolongação da perturbação espírita, seguida da ilusão que durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no número dos vivos.
A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que assim ressente, malgrado seu, os efeitos da decomposição experimentando uma sensação cheia de angústias e horror. Esse estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Esse efeito não é geral; mas em alguns casos o suicida não se livra das consequências de sua falta de coragem e cedo ou tarde expia essa falta, de uma ou de outra maneira. É assim que certos Espíritos, que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haver se suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a novas provas, tentando suportá-las com mais resignação. Em alguns é uma espécie de apego à matéria , da qual procuram inutilmente desembaraçar-se para se dirigirem a mundos melhores, mas cujo acesso lhes é interditado. Na maioria é o remorso de haverem feito uma coisa inútil, da qual só provam decepções.
A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário à lei natural. Todos nos dizem, em principio, que não se tem direito de abreviar voluntariamente a vida. Mas porque não se terá esse direito? Por que não se é livre de pôr um termo aos próprios sofrimentos? Estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é apenas uma falta como infração a uma moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas um ato estúpido pois que nada ganha quem o pratica e até pelo contrário. Não é pela teoria que ele nos ensina isso, mas pelos próprios fatos que coloca sob os nossos olhos.


( Conforme "O Livro dos Espíritos", Livro Quarto, Cap. I, item VI, de Allan Kardec )

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O CRISTO CONSOLADOR


O JUGO SUAVE


"Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei - Tomai sobre  vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." ( Mateus, capítulo 11, versículos 28 a 30 ).


"Todos os sofrimentos, misérias, desilusões, dores físicas, perda dos entes queridos, encontram consolação na fé no futuro, na confiança na Justiça Divina, que o Cristo veio ensinar aos homens.
Sobre aquela criatura, porém, que nada espera além desta vida, ou que simplesmente duvida do futuro espiritual, as aflições pesam com toda a força do nada. Nenhuma esperança lhe vem abrandar o amargor.
Foi isso o que levou Jesus a dizer: "Vinde a mim, vós todos que estais fatigados, e eu vos aliviarei".
Jesus, no entanto, impõe uma condição para dar sua assistência e para a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na Lei que Ele ensina. Seu jugo suave é a observação dessa Lei.
Mas esse jugo é suave e essa Lei é branda, uma vez que essa Lei impõe, como dever, o amor e a caridade."


( Conforme "O Evangelho Segundo o Espiritsimo", Capítulo VI, itens 1 e 2, de Allan Kardec )

O ESPÍRITO DE VERDADE



"Eu venho, como outrora entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas.
Escutem-me!
O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve relembrar aos incrédulos que, acima deles, reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar a planta e se levantarem as ondas dos mares.
Eu revelei a Doutrina Divina. Como ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: "Vinde a mim, vós todos que sofreis!".
Os homens ingratos, porém, se extraviaram do caminho reto e largo que conduz ao reino do meu Pai, perdendo-se pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana. Ele quer que vocês, em se ajudando uns aos outros, mortos e vivos, ou seja, mortos segundo a carne uma vez que a morte não existe, sejam amparados. Não ouvirão novamente as vozes dos profetas e dos apóstolos, mas a voz\daqueles que se foram, a clamar: Orem e creiam! A morte é a ressurreição, e a vida é a prova escolhida, durante a qual as virtudes que vocês cultivarem devem crescer e se desenvolver como o cedro.
Homens fracos, que reconhecem existir sombras em suas inteligências, não afastem a luz que a clemência divina lhes acende nas mãos, para clarear a sua rota e os reconduzir, quais filhos perdidos, ao regaço de seu Pai.
Sinto tocado de compaixão pelas suas misérias, pela sua imensa fraqueza, para deixar de estender-lhes a mão em socorro aos infelizes extraviados que , vendo o céu, caem nos abismos do erro. Creiam, amem, meditem sobre as coisas que lhes são reveladas.
Não misturem o joio com a boa semente, as fantasias com as verdades.
Espíritas! Amen-se, eis o primeiro ensinamento; instruam-se, eis o segundo. Todas as verdades se encontram nos Cristianismo; os erros que no Cristianismo se enraizaram são de origem humana.
Eis que do além-túmulo, que vocês acreditavam vazio, vozes clamam: "Irmãos! Nada perece! Jesus Cristo é o vencedor do mal, sejam vocês os vencedores da impiedade!" ( O Espírito de Verdade, Paris, 1860 )



( Conforme " O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo VI, item 5, de Allan Kardec )


sábado, 11 de agosto de 2012

A CÓLERA, SEGUNDO O ESPÍRITO HAHNEMANN








10. "Partindo da falsa idéia de que não se pode reformar a própria índole, o homem se crê dispensado de fazer esforços para corrigir-se dos defeitos em que ele se compraz voluntariamente ou que lhe exigiriam muita perseverança para domá-los.
É assim que um homem com tendência para a cólera se desculpa, atribuindo esse impulso latente ao seu temperamento. Ao invés de admitir que a cólera é sua, ele transfere a culpa para o seu organismo, acusando Deus dos defeitos que lhe são próprios. Esta atitude é, ainda, uma consequência do orgulho que está mesclado com todas as suas imperfeições.
É inegável que há temperamentos que se prestam mais do que outros para atos violentos, assim como há músculos mais flexíveis que se prestam melhor para os atos de força física. Não se creia, porém, que esta seja a causa fundamental da cólera.
Observem que um Espírito pacífico, mesmo num corpo que tenha muita bílis, será sermpre pacífico. Aquele, contudo, que já é um Espírito violento tomará outras carecterísticas. Não possuindo um físico apropriado para secundar-lhe a violência, a cólera não se expandirá, como naquele em que o físico é mais avantajado.
O corpo não produz as crises de cólera, aos homens que não sejam coléricos, do mesmo modo que o corpo não lhes é a fonte de outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios se originam da própria criatura.
Se não fosse assim, qual seria o mérito e a responsabilidade do homem pelos seus atos? O homem que tem o corpo mal formado não pode corrigi-lo, poque o Espírito não tem energia para tanto. Mas poderá corrigir aquilo que é o do Espírito, quando o quer com firme vontade.
A experiência não lhes prova, Espíritas, até onde pode ir a força de vontade, pelas transformações morais espantosas que se operam às suas vistas? Digam, pois, que o homem se conserva no vício porque quer conservar-se no vício, uma vez que aquele que queira corrigir-se, sempre o pode. Se fosse de outro modo, a lei do progresso não existiria para o homem." ( Hahnemann, Paris, 1863 )



( Conforme " O Evangelho Segundo o Espiritismo ", Capítulo IX, de Allan Kardec )

A CÓLERA

9. " O orgulho induz vocês a se julgarem mais do que são. Vocês não suportam uma comparação que lhes possa rebaixar. Vocês se consideram tão acima de seus irmãos, quer em inteligência, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo estabelecido com as demais criaturas humanas os irrita e os aborrece.
Que acontece então? Vocês se entregam à cólera!
Procurem a origem desses acessos de demência passageira, que os assemelham ao homem bruto; procurem-na e vocês a encontrarão, quase sempre, no orgulho ferido.
Não é senão o orgulho ferido por uma contrariedade o que os leva a rejeitar observações justas, o que lhes faz repelir, coléricos, os mais sábios conselhos? As prórias impaciências, que se originam de contrariedades pueris, decorrem da importância que vocês dão à sua própria personalidade, diante da qual vocês querem que todos se dobrem.
No seu delírio, o homem colérico atira-se contra tudo, como um ser primitivo, quebrando objetos inanimados porque estes não lhe obedecem. Ah! se nesses momentos ele pudesse observar-se com frieza, de duas uma: ou teria medo de si mesmo ou se acharia bem ridículo! Que julgue, por isso, a impressão de espanto e temor que produz sobre os que estejam à sua volta. Quando não fosse pelo respeito devido a si próprio, ele deveria esforçar-se para domar essa tendência que o torna digno de piedade.
Se examinasse com atenção que a cólera não soluciona coisa alguma, mas que desequilibra a sua saúde, comprometendo mesmo a sua vida, reconheceria ser ele próprio a primeira vítima de sua cólera. Se isso não bastasse, uma outra consideração deveria contê-lo: a de que torna infelizes todos aqueles que com ele convivem.
Se o colérico tem sentimentos não registrará uma ponta de remorso por fazer sofrer os entes que ele mais ama? E que pesar mortal se, numa crise de fúria colérica, ele cometesse um ato de que se recriminasse por toda a sua vida!
Em resumo, a cólera não exclui certas qualidades do coração. Impede, porém, que muito se faça o bem e pode levar a muito fazer-se o mal. Isso deverá ser suficiente para induzir o colérico a fazer um grande esforço para dominar-se.
O Espírita é convidado ao controle de si próprio por outro motivo: a coléra é contrária à caridade e à humildade cristãs."  ( Um Espírito Protetor, 1863 )


( Conforme "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo IX )

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES

CONFORME "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO", CAPÍTULO V, ITEM 3, DE ALLAN KARDEC

BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS


Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados - Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque eles serão saciados - Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. ( Mateus, capítulo 5, versículos 4, 6 e 10 )



"As compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra só podem realizar-se na vida futura. Sem a certeza da vida futura estas máximas seriam um contra-senso, ou mais ainda, seriam um engodo.
Mesmo quando se guarda certeza da vida futura, dificilmente se compreende a utilidade do sofrimento para ser feliz. Dizem alguns que é para haver mérito.
Pergunta-se, então: por que uns sofrem mais do que os outros? Por que uns nascem na miséria e outros na abundância, sem que coisa alguma tenham feito para justificar essa posição? Por que para uns tudo parece sorrir, enquanto que outros nada conseguem?
O que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam desigualmente repartidos entre o vício e a virtude, com homens virtuosos sofrendo ao lado dos maus que prosperam.
A fé na vida futura pode consolar e tornar paciente o homem, mas não explica essas anomalias que parecem desmentir a justiça de Deus.
Admitindo-se a existência de Deus, não se pode concebê-lo sem o infinito das perfeições. Ele deve ser todo poderoso, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus.
Se Deus é soberanamente bom e justo, ele não pde agir por capricho e nem com parcialidade. As vicissitudes da vida, portanto, devem ter uma causa e, porque Deus é justo, essa causa deve ser justa também. Disso cada um deve compenetrar-se.
Deus encaminhou os homens na direção dessa causa pelos ensinamentos de Jesus. Hoje, por julgá-los bastante amadurecidos, para compreender a causa das vicissitudes da vida, vem revelá-la por inteiro através do Espiritismo, ou seja, pela voz dos Espíritos."

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

PRECE DE ALEXANDRE


CONFORME O LIVRO "MISSIONÁRIOS DA LUZ", DO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER


"Senhor
Sejam para teu coração misericordioso
Todas as nossas alegrias, esperanças e aspirações!
Ensina-nos a executar teus propósitos desconhecidos,
Abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço
E ajuda-nos a compreender a tua vontade!...
Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bençãos infinitas,
Converte-nos as dificuldades em estímulos santos,
Trasnforma os obstáculos da senda em renovadas lições...
Em teu nome,
Semearemos o bem onde surjam espinhos do mal,
Acenderemos tua luz onde a treva demore,
Verteremos o bálsamo do teu amor onde corra o pranto do sofrimento,
Proclamaremos tua benção onde haja condenações,
Desfraldaremos tua bandeira de paz junto às guerras do ódio!


Senhor
Dá que possamos servir-te
Com a fidelidade com que nos amas,
E perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de tua obra.
Fortifica-nos o coração
Para que o passado não nos perturbe e o futuro não nos inquiete,
A fim  de que possamos honrar-te a confiança no dia de hoje,
Que nos deste
Para a renovação permanente até a vitória final
Somos tutelados na Terra,
Confundidos na lembrança
De erros milenares,
Mas queremos, agora,
Com todas as forças d'alma,
Nossa libertação em teu amor para sempre!
Arranca-nos do coração as raízes do mal
Liberta-nos dos desejos inferiores,
Dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de teu plano divino
E ampara-nos para que sejamos
Servos leais de tua infinita sabedoria!
Dá-nos o equlíbrio de tua lei,
Apaga o incêndio das paixões que, por vezes,
Irrompe, ainda,
No âmago de nossos sentimentos,
Ameaçando-nos a construção da espiritualidade superior
Conserva-nos em teua inspiração redentora,
No ilimitado amor que nos reservaste
E que, integrados no teu trabalho de aperfeiçoamento incessante,
Possamos atender-te os sublimes desígnios,
Em todos os momentos
Convertendo-nos em servidores fiéis de tua luz, para sempre!
Assim seja".

terça-feira, 7 de agosto de 2012

BEM E MAL SOFRER

CONFORME "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO", CAPÍTULO V, ITEM 18, DE ALLAN KARDEC


" Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, porque o reino dos céus lhes pertence", Ele não se referia , de modo geral, aos que sofrem. Todos os que estão na Terra sofrem, quer estejam sobre o trono ou sobre o chão pisado de um barraco.
Mas poucos sofrem bem!
Poucos são os que compreendem que somente as provas bem suportadas poderão conduzi-los ao reino de Deus.
O desânimo é uma falta.
Você não experimentará as consolações divinas, se lhe faltar coragem para bem suportar as provas.
A prece é um apoio para a sua alma, mas ela só não basta para sustentá-lo no calor dos sofrimentos. Faz-se indispensável que você tenha por base uma fé viva na bondade de Deus.
Jesus já lhe disse, convém recordar, que não coloca fardos pesados sobre ombros fracos. O fardo será porporcional às suas forças, assim como a recompensa será tanto mais explêndida, quanto maior e penosa tenha sido a aflição.
Você tem que fazer por merecer a recompensa e, por isso, a vida está repleta de tribulações.
O bom trabalhador que não é enviado ao campo de suas atividades profissionais, cai em descontentamento, porque o não-trabalho o priva de alcançar promoções justas. Seja você, portanto, como esse trabalhador diligente e não aspire a um repouso que enfraqueceria a sua capacidade de realizações e entorpeceria a sua alma.
Alegre-se quando Deus lhe enviar às tarefas regeneradoras.
Essas tarefas não serão aquelas em que você assegura o pão de cada dia. Serão as amarguras da vida, onde muitas vezes necessitamos de mais coragem e resignação que nas atividades profissionais de todos os dias. Alguns suportarão as lutas em suas oficinas de trabalho, sem queda, mas poderão cair sob o impacto do sofrimento moral.
Pela coragem de vencer, em suas tarefas redentoras, sem cair diante do sofrimento moral, o homem não receberá a recompensa do mundo. Receberá, porém, de Deus, a coroa da Vida e um lugar glorioso.
Quando você for visitado pela dor ou pela contrariedade, coloque-se acima delas. E quando você dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero, diga, com justa satisfação: "Eu fui o mais forte!".
Bem-aventurados os aflitos, poderá, então, ser traduzido da seguinte forma: Bem-aventurados são os que têm a oportunidade de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque esses terão centuplicada a alegria que lhes falta sobre a Terra e, após o árduo trabalho, lhes virá o repouso."  ( Larcordaire, Havre, 1863 )

sábado, 4 de agosto de 2012

O DEVER

CONFORME "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO", CAPÍTULO XVII, ITEM 7, DE ALLAN KARDEC


" O dever é a obrigação moral, primeiramente consigo mesmo e, em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida. Encontramo-lo nas menores ações e, também, nos atos mais elevados.
Venho falar, aqui, do dever moral e não daqueles deveres impostos pelas diversas profissões.
No campo dos sentimentos, o dever  moral é díficil de ser cumprido, porque, quase sempre, se encontra em choque com as seduções dos interesses próprios e do coração desajustado. As suas vitórias não tem testemunhas e as suas derrotas não tem repressão na justiça da Terra.
O dever íntimo do homem está entregue a seu livre arbítrio. O estímulo da consciência, essa guardiã da sua honra íntima, o adverte e o sustenta na linha do dever moral. Mas ele, frequentemente, se mostra sem forças diante das falsidades brilhantes da paixão.
O dever do coração, que se move na lei do amor, se for fielmente observado, eleva espritualmente o homem.
Mas, como definir esse dever?
Onde ele começa? Onde termina?
O dever do coração começa exatamente no ponto em que você ameaça a felicidade ou a tranquilidade de seu próximo, termina no limite que você não desejaria ver ninguém transpor em relação a você mesmo.
Deus criou todos os homens iguais diante da dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou esclarecidos, todos sofrem pelas mesmas coisas, a fim de que cada um examine o mal que pode ou não fazer.
O mesmo critério de exame não existe para o bem porque este é muito mais variado nas suas manifestações. A igualdade diante da dor é uma sublime providência de Deus que quer que os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não cometam o mal, alegando desconhecer os seus efeitos dolorosos.
O dever moral é o resumo prático de todas indagações sobre o bem e o mal. O dever é um empenho total da alma que enfrenta as agonias da luta interior entre fazer o bem ou se deixar arrastar para o mal. Ele é, por isso, severo e brando, pronto a dobrar-se diante das diversas complicações, mas indobrável diante das tentações nascidas do interior do próprio homem.
O homem que cumpre o seu dever, ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo.
Ele é, ao mesmo tempo, juiz e réu, julgando as suas próprias ações e se condenando naquelas em que agiu mal.
O dever moral é a mais bela conquista da razão. Ele nasce da razão, como o filho nasce da mãe. O homem deve amar o dever, não porque ele o preserva dos males da vida, males esses dos quais os homens não podem excluir-se, mas deve amá-los porque ele lhe dará à alma o vigor necessário para a sua evolução.
O dever moral cresce e ganha luzes sob um forma mais elevada, em cada um dos estágios superiores da Humanidade. A obrigação moral da ciratura para com Deus não termina jamais, porque o homem deve espelhar em si as virtudes divinas. O Criador não aceita as criaturas como rascunho imperfeito, pois quer que a grandeza de sua obra seja como um Sol diante de si". ( Lázaro, Paris, 1863 )

A VIRTUDE

CONFORME "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO", CAPÍTULO XVII, ITEM 8, DE ALLAN KARDEC


" A virtude, no seu mais alto grau, abranje o conjunto de todas as qualidades essenciais que revelam o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, são as qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, essas qualidades são acompanhadas de pequeninas enfermidades morais que lhes tiram o brilho e as enfraquecem.
Aquele que faz alarde de sua virtude, não é virtuoso. Falta-lhe a qualidade principal: a modéstia. E sobra-lhe o vício mais contrário a todas as virtudes: o orgulho. A virtude, realmente digna desse nome, não gosta de fazer alaridos. Temos de adivinhá-la, pois ela se esconde dos olhos humanos e foge da admiração das multidões.
Vicente de Paulo era virtuoso.
O digno cura D'Ars era virtuoso.
Assim também eram virtuosos outros pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que eles mesmos fossem virtuosos. Eles se deixavam ir na corrente mental de suas santas inspirações e praticavam o bem com  um completo desinteresse pessoal e com um inteiro esquecimento de si mesmos.
É para esta virtude, assim compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos. É para esta virtude realmente cristã e verdadeiramente Espírita, que eu vos convido a consagrar-vos.
Mas, afastai de vossos corações a idéia do orgulho, da vaidade, do amor-próprio que sempre tiram a luz das mais belas qualidades. Não imiteis a esse homem que faz a pose de um moldelo e anuncia ele mesmo as suas próprias qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude assim alardeada quase sempre esconde uma infinidade de pequenas desonestidades e de dolorosoas covardias.
O homem que se engrandece a si mesmo, que ergue uma estátua para a sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo o mérito que efetivamente poderia ter.
E que não direi eu, no entanto, sobre aquele cujo valor é parecer o que não é? Admito que o homem que faz o bem sinta, no fundo do coração, uma satisfação íntima. Mas desde que essa satisfação se exteriorize para que ele receba elgoios dos outros, ela se degenera em amor-próprio.
Oh! vós todos, a quem a fé Espírita aqueceu novamente para o bem, e que sabem com certeza de que o homem está longe da perfeição, jamais penetreis por esses caminhos tão perigosos da vaidade. A virtude é uma graça que eu desejo para todos os Espíritas sinceros, mas que lhes direi: "Mas vale poucas virtudes com modéstia, do que muitas virtudes com orgulho".
Foi pelo orgulho que os homens sucessivamente se perderam e é pela humildade que eles alcançarão a sua redenção um dia." ( François-Nicolas-Madaleine, Paris, 1863 )

A PACIÊNCIA

CONFORME "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO", CAPÍTULO IX, ITEM 7, DE ALLAN KARDEC


"A dor é uma benção que Deus envia a seus eleitos. Não se aflijam, pois, quando vocês sofrem. Mas bendigam a Deus onipotente que assinalou vocês pela dor neste mundo, para a glória no céu.
Sejam pacientes!
A paciência é, também, uma caridade e vocês devem praticar a lei da caridade, ensinada pelo Cristo, o enviado de Deus.
A caridade que se exprime no dar esmolas aos pobres é a mais fácil das caridades. Mas há uma bem mais penosa e, consequentemente, bem mais meritória que é a de perdoar aos que Deus colocou sobre o seu caminho para serem instrumentos de seus sofrimentos e submeter a sua paciência à provação.
A vida é díficil, eu sei! Ela se compõe de mil pequenas coisas que são como que picadas de agulha e que terminam por ferir.
Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos e para as consolações e compensações que recebemos por outro lado.
Veremos, então, se pesarmos deveres e compensações, que as bênçãos são mais numerosas do que as dores. O fardo sempre parecerá mais leve do que quando vocês curvam a cabeça para o pó da Terra.
Coragem amigos! O Cristo é o modelo para todas as criatruas humanas. Ele sofreu mais que qualquer um de vocês e, no entanto, nada tinha de que se acusar. Vocês sofrem, mas é por terem de expiar o seu passado e se fortalecerem para o futuro.
Sejam, pois, pacientes!
Sejam cristãos!
Esta palavra cristãos resume tudo." ( Um Espírito Amigo, Havre, 1862 )

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

PRECE DE CIPRIANA

CONFORME O LIVRO "NO MUNDO MAIOR", DO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ, PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER


"Senhor Jesus,
Permanente inspiração de nossos caminhos,
Abre-nos, por misericórdia,
Como Sempre,
As portas excelsas
De tua providência incomensurável...

Doador da Vida,
Acorda-nos a consciência
Para semarmos resurreição
Nos vales sombrios da morte;

Distribuidor do Sumo Bem,
Ajuda-nos a combater o mal
Com as armas do espírito;

Príncipe da Paz, Não nos deixes indiferentes
À discórdia
Que vergasta o coração
De nossos companheiros sofredores;

Mestre da Sabedoria
Afugenta para longe de nós
A sensação de cansaço
À frente dos serviços
Que devemos prestar
Aos nossos irmãos ignorantes;

Emissário do Amor Divino
Não nos conceda paz
Enquanto não vencermos
Os monstros da guerra e do ódio,
Cooperando contigo,
Em tua augusta obra terrestre;

Pastor da Luz Imortal,
Fortalece-nos,
Para que nunca nos intimidemos
Perante as angústias e desesperos das trevas;

Distribuidor da Riqueza Infinita,
Supre-nos as mãos
Com teus recursos ilimitados,
Para que sejamos úteis
A todos os seres do caminho,
Que ainda se sentem minguados
De teus dons imperecíveis

Embaixador Angélico
Não nos abandones ao desejo
De repousar indébitamente
E converte-nos
Em teus servidores humildes,
Onde estivermos;

Mensageiro da Boa Nova,
Não permitas
Que nossos ouvidos adormeçam
Ao coro dos soluços
Dos que clamam por socorro
Nos círculos do sofrimento;

Companheiro da Eternidade,
Abençoa-nos as responsabilidades e deveres;
Não nos relegues à imperfeição
De que ainda somos portadores!

Dá-nos, amado Jesus, o favor de servir-te
E que o Supremo Senhor do Universo Te glorifique
Para Sempre.
Assim Seja!..."

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

CONFORME "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO", CAPÍTULO XV, ITEM 10, DE ALLAN KARDEC


"Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos dos homens sobre a Terra e no Céu. Sobre a Terra, porque à luz desse estandarte eles viverão em paz. No céu, porque aquele que houver praticado esse princípio encontrará graças diante do Senhor.
Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida para conduzi-lo à Terra da Promissão. Ela brilha no céu como uma auréola santa na fronte dos eleitos e sobre a Terra ela está gravada no coração daqueles para quem Jesus dirá: "Passai à direita vós que sois os benditos de meu Pai". Podeis reconhecer os escolhidos para a felicidade futura pelo perfume da caridade que se derrama em torno deles.
Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada resume mais os deveres do homem, que essa máxima de ordem divina: "Fora da caridade não há salvação". O Espiritismo não poderia provar melhor a sua origem divina, do que ofertando por regra de conduta, porque esse princípio espelha o mais puro cirstianismo.
Tomando-a por guia, o homem jamis se transviará.
Aplicai-vos, então, meus amigos, a penetrar no sentido profundo e nas consequências da aplicação dessa máxima universal e a descobrir por vós mesmos a maneira de praticar a caridade. Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade e vossa consciência vos responderá sobre o bem e o mal. E a caridade não somente evitará que façais o mal, mas também vos levará a fazer o bem. Não basta uma virtude negativa, fruto de não fazer o mal. É necessário uma virtude ativa, que nasce de fazer o bem. Para fazer o bem é sempre indispensável a ação da vontade; para não fazer o mal, bastam a inércia e a omissão.
Meus amigos, agradecei a Deus que permitiu que pudésseis beneficiar-vos da luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem possam salvar-se, mas porque, em vos ajudando a compreender melhor os ensinamentos do Cristo, o Espiritismo vos torna melhores cristãos.
Agi de tal modo, como verdadeiros cristãos, que o que vos verem possam dizer que o verdadeiro Espírita e o verdadeiro Cristão são uma só e a mesma coisa, porque todos os praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam." (Paulo, o Apóstolo, Paris, 1860)