ALLAN KARDEC

sábado, 11 de agosto de 2012

A CÓLERA, SEGUNDO O ESPÍRITO HAHNEMANN








10. "Partindo da falsa idéia de que não se pode reformar a própria índole, o homem se crê dispensado de fazer esforços para corrigir-se dos defeitos em que ele se compraz voluntariamente ou que lhe exigiriam muita perseverança para domá-los.
É assim que um homem com tendência para a cólera se desculpa, atribuindo esse impulso latente ao seu temperamento. Ao invés de admitir que a cólera é sua, ele transfere a culpa para o seu organismo, acusando Deus dos defeitos que lhe são próprios. Esta atitude é, ainda, uma consequência do orgulho que está mesclado com todas as suas imperfeições.
É inegável que há temperamentos que se prestam mais do que outros para atos violentos, assim como há músculos mais flexíveis que se prestam melhor para os atos de força física. Não se creia, porém, que esta seja a causa fundamental da cólera.
Observem que um Espírito pacífico, mesmo num corpo que tenha muita bílis, será sermpre pacífico. Aquele, contudo, que já é um Espírito violento tomará outras carecterísticas. Não possuindo um físico apropriado para secundar-lhe a violência, a cólera não se expandirá, como naquele em que o físico é mais avantajado.
O corpo não produz as crises de cólera, aos homens que não sejam coléricos, do mesmo modo que o corpo não lhes é a fonte de outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios se originam da própria criatura.
Se não fosse assim, qual seria o mérito e a responsabilidade do homem pelos seus atos? O homem que tem o corpo mal formado não pode corrigi-lo, poque o Espírito não tem energia para tanto. Mas poderá corrigir aquilo que é o do Espírito, quando o quer com firme vontade.
A experiência não lhes prova, Espíritas, até onde pode ir a força de vontade, pelas transformações morais espantosas que se operam às suas vistas? Digam, pois, que o homem se conserva no vício porque quer conservar-se no vício, uma vez que aquele que queira corrigir-se, sempre o pode. Se fosse de outro modo, a lei do progresso não existiria para o homem." ( Hahnemann, Paris, 1863 )



( Conforme " O Evangelho Segundo o Espiritismo ", Capítulo IX, de Allan Kardec )

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