ALLAN KARDEC

sábado, 17 de agosto de 2013

DESEJO E PRAZER


"O desejo que leva ao prazer pode originar-se no instinto, em forma de necessidade violenta e insopitável, tornando-se um impulso que sobrepõe à razão. Nesse caso torna-se imperioso, devorador e incessante.
É voraz e tormentoso, especialmente na área genésica, expressando-se como erotismo, busca sexual para o gozo.
Em esfera mais elevada, torna-se sentimento, graças à conquista de algum ideal, alguma aspiração, anseio por alcançar metas agradáveis e desafiadora, propensão à realização enobrecedora.
O desejo impõe-se como fenômeno biológico, ético e estético, necessitando ser bem administrado em um como noutro caso, a fim de tornar motivação para o crescimento psicológico e espiritual do ser humano.
O prazer se apresenta sob vários aspectos: orgânico, intelectual, espiritual, sendo ora físico, material, e noutros momentos de natureza abstrata, estético, efêmero ou duradouro.
O prazer depende, não raro, de como seja considerado.
Aquilo que é bom, genéricamente dá prazer, abrindo espaço para o medo da perda, das faltas ou para as situações em que pode gerar danos, auxiliando na queda do indivíduo em calabouços de aflição.
Muitas pessoas consideram o prazer apenas como sendo expressão da lascívia e se olvidam daquele que decorre dos ideais conquistados, da beleza que se expande em toda parte e pode ser contemplada, das inefáveis alegrias do sentimento afetuoso, sem posse, sem exigência, sem o condicionamento carnal.
Grande número de pessoas tem medo do prazer, da felicidade, por associá-lo ao pecado, à falta de mérito, que se tornaria um dívida a resgatar, ensejando à desgraça vir-lhe empós, de, talvez, como sendo uma tentação diabólica para retirar a alma do caminho do bem.
Acentuamos, porém, que o prazer é uma força criadora, predominante em tudo e em todos, responsável pela personalidade, mesmo pela esperança. Muitas vezes é confundido com o desejo de tudo possuir, a fim de desfrutar mais tarde, da cornucópia carregada de todos os gozos, preferentemente o de natureza sexual.
Desse modo, o desejo e o prazer se transformam em alavancas que promovem o indivíduo ou abismos que o devoram.
A essência da vida corporal, no entanto, é a conquista de si mesmo, a luta bem direcionada para que consiga a vitória do Self, a sua harmonia, e não apenas o gozo breve, que se transfere de um estágio para outro, sempre mais ansioso e pertubador.

Joanna de Ângelis

( Texto extraído do livro "Amor, Imbatível Amor, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco )

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