ALLAN KARDEC

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

CORAGEM, ESPÍRITAS



"Tendes o desejo sincero de caminhar com firmeza no sulco traçado, está ainda bem; mas não basta querer hoje, amanhã, depois de amanhã; para ser digno da Doutrina é preciso querer sempre!
A vontade que age por impulso, não é mais vontade; é o capricho do bem; mas, quando a vontade se exerce com calma que nada perturba, com a perseverança que nada detém, ela é a verdadeira vontade, inabalável em seua ação, frutífera em seus resultados.
Sede confiantes em vossas forças; elas produzirão grandes efeitos se as empregardes com prudência; sede confiantes na força da idéia que vos reúne, porque ela é  indestrutível. Pode-se ativá-la ou retardar-lhe o desenvolvimento, mas detê-la é impossível.
Na fase nova em que entramos, a energia deve substituir a apatia; a calma deve substituir o ímpeto.
Sede tolerantes uns para com os outros; agi sobretudo pela caridade, pelo amor, pela afeição.
Oh! se conhecesses todo o poder desta alavanca! Foi dela que Arquimedes pode dizer, que com ela ergueria o mundo! Vós a erguereis, meus amigos, e essa transformação esplêndida, que se efetuará por vós em proveito de todos, marcará um dos mais maravilhosos períodos da história da Humanidade.
Coragem, pois e esperança. A esperança!...Esse facho, que os vossos irmãos infelizes não podem perceber através das trevas do orgulho, da ignorância e do materialismo, não os afasteis ainda mais dos seus olhos. Amai-os; fazei com que vos amem, que vos escutem, que vos olhem! Quando eles tiverem visto, ficarão deslumbrados.
Quanto serei feliz então, meus amigos, meus irmãos, ao ver que meus esforços não terão sido inúteis, e que o próprio Deus terá abençoado a nossa obra!
Naquele dia haverá no céu uma grande alegria, uma grande ebriedade!
A Humanidade será libertada do jugo terrível das paixões, que aprisionam e pesam sobre ela com um peso esmagador. Não haverá mais, então, sobre a Terra, nem mal, nem sofrimento, nem dor; porque, os verdadeiros males, os sofrimentos reais, as dores cruciais vem da alma.
O resto não é senão o roçar fugitivo de uma sarça sobre uma veste!...
Ao clarão da liberdade e da caridade humana, todos os homens se reconhecendo, dirão:
"Nós somos irmãos" e não terão mais no coração senão um mesmo amor, na boca, senão uma só palavra, nos lábios, senão um único murmúrio: Deus!"

( Allan Kardec, Espírito )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Maio de 1869 )

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