ALLAN KARDEC

segunda-feira, 1 de abril de 2013

OS FRUTOS DA TERRA


"O Jovem Carpinteiro ensinou:

" - Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça. E tudo no mais vos será dado por acréscimo. Não temais, ó inquieto rebanho, pois foi do agrado do Vosso Pai dar-vos o Seu Reino. Vendei o que possuis e dai-o aos pobres; provei-vos de bolsas de estrelas, que não se gastam com o tempo nem se consomem na morte; ajuntai o tesouro das coisas do Céu, que não estão sujeitas ao ladrão, nem à ferrugem ou traças. Porque onde está o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração."

O Mensageiro do Reino me disse, a respeito destas palavras:

" - que fazeis ao juntar frutos e pedras da Terra? Quando a chama rompe a vasilha de barro, vossa alma se evapora titubeante e incerta. Conheceis o fogo fátuo? Não sereis mais do que isso. Mas tereis a dolorosa consciência da vossa fragilidade, da vossa insegurança e da vossa inutilidade. Néscios! Os frutos e as pedras da Terra devem servir aos vossos corpos na medida do necessário, pois podeis convertê-los em Estrelas e Sóis pela magia do Espírito. Não existe mais bela alquimia. Sede os alquimistas da caridade."

Pensei nessas frases e disse a mim mesmo:

" - Deus pôs as árvores da Terra carregadas de frutos materiais, mas sobre nossas cabeças estendeu também a fronde do Céu, carregada de frutos de luz. Por que havemos de preferir, para o nosso tesouro, os frutos efêmeros, em vez de guardar os que são eternos? Quando colho os frutos de uma árvore e os converto em moedas, cobrando ao faminto o preço exorbitante que deve me garantir o lucro, devolvo a pureza da polpa e o mistério das sementes à rigidez do metal. Mas quando tomo esses frutos e sacio com eles a fome das crianças pobres, transformo a polpa e as sementes em luz para o Reino de Deus."

Façamos dos frutos da Terra o tesouro da nossa caridade permanente. Não entesouremos nada em prejuízo dos outros. Não roubemos. Sejamos capazes de imitar as árvores: De ramos abertos no Céu e sombra estendida na Terra.
O Reino começa em nosso coração."

( Irmão Saulo, pseudônimo de J. Herculano Pires )

( Texto extraído do livro "O Reino", de J. Herculano Pires )

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