ALLAN KARDEC

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O FIM DO MUNDO


"Os mundos se esgotam envelhecendo e tendem a se dissolver para servirem de elementos de formação de outros universos.
Eles restituem pouco a pouco a pouco, ao fluido cósmico universal do espaço, o que dele tiraram para se formar. Além disso, todos os corpos agem pela fricção; o movimento rápido e incessante do globo através do fluido cósmico tem por efeito diminuir-lhe constantemente a massa, se bem que numa quantidade inapreciável num tempo dado.
A existência do mundos pode, na minha opnião, dividir-se em três períodos:
Primeiro Período: Condensação da matéria durante a qual o volume do globo diminui consideravelmente, a massa permanecendo a mesma; é o período da infância.
Segundo Período: Contração, solidificação da crosta, eclosão dos germes, desenvolvimento da vida até o aparecimento do tipo mais perfectível. Neste momento o globo está em toda a sua plenitude: é a idade da virilidade; ele perde, mas muito pouco, de seus elementos constitutivos.
À medida que seus habitantes progridem espiritualmente, ele passa o período de descrescimento material; ele perde, não só em consequência do atrito, mas também pela desagregação das moléculas, como uma pedra dura que, roída pelo tempo, acaba por cair em pó.
Em seu duplo movimento de rotação e de translação, ele deixa no espaço parcelas fluidificadas de sua substância, até o momento em que sua dissolução será completa.
Mas, então, como a força atrativa está em sua massa, - eu não digo do volume, - a massa diminuindo, nas condições de equilíbrio no espaço são modificadas; dominado por globos mais poderosos aos quais não pode fazer mais contrapeso, seguem-se desvios em seus movimentos, em sua posição com relação ao Sol; sofrem novas influências, e daí nascem mudanças nas condições de existência de seus habitantes, à espera de que ele desapareça da cena do mundo.
Assim, nascimento, vida e morte: infância, virilidade e decrepitude, tais são as três fases pelas quais passa toda aglomeração de matéria orgância ou inorgânica.
Só o Espírito, que não é matéria, é indestrutível."
( Gallileu )

Nota de Allan Kardec:

Em que tornam os habitantes de um mundo destruído? Eles fazem o que fazem os habitantes de uma casa que é demolida: vão se estabelecer em outros lugares em melhores condições; os globos não são, por si mesmos, senão estações temporárias; mas é provável que quando um globo chega ao seu período de dissolução, há muito tempo deixou de ser habitação, porque, então, ele não pode mais fornecer os elementos necessários à manutenção da vida.
Tudo na Natureza é problema insolúvel fazendo-se abstração do elemento espiritual; ao contrário, tudo se explica, claro e logicamente, levando-se em conta este elemento.
Há de se notar que, segundo a ordem de idéias expressas na comunicação acima, o fim de um mundo coincidiria com a maior soma de progresso de seus habitantes, compatível com a natureza do mundo, em lugar de ser o sinal de uma reprovação que os votaria, para a maior parte, à condenação eterna.

( Texto extraído da "Revista Espírita", Setembro de 1868, de Allan Kardec )

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