ALLAN KARDEC

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O REMORSO


"Cada ser tem, como o sabeis, a liberdade do bem e do mal, o que chamais o livre arbítrio.
O homem tem em si a consciência que o adverte quando faz o bem ou o mal, comete uma má ação, ou negligencia de fazer o bem; sua consicência que, como vigilante guardiã encarregada de velar por ele, aprova ou desaprova sua conduta.
Frequentemente ocorre que se mostre rebelde à sua voz, mas jamais ela é completamente aniquilada.
A consicência produz dois efeitos diferentes: a satisfação de ter agido bem e o remorso que penetra e tortura quando se faz uma ação reprovada por Deus, os homens ou a honra; propriamente falando, é o senso moral.
O remorso é como uma serpente de mil pregas, que circula ao redor do coração e o devasta; é o remorso que sempre faz ouvir os mesmos acentos e vos   grita: Tu fizeste uma ação má; nela deverás ser punido; teu castigo não cessará senão depois da reparação.
E, quando, a esse suplício de uma consicência atormentada, vem se juntar a visão constante da vítima, da pessoa a que se fez mal; quando, sem repouso nem trégua, sua presença censura ao culpado sua conduta indigna, repete-lhe sem cessar, que sofrerá enquanto não tiver expiado e reparado o mal que fez, o suplício se torna intolerável; é então que, para por fim às torturas, seu orgulho se dobra, e confessa seus crimes.
O mal leva consigo sua pena pelo remorso que deixa e pelas censuras que faz unicamente a presença daqueles contra os quais se agiu mal.
Crede-me, escutai sempre essa voz que vos adverte quando estais prestes a falir; não a abafeis pela revolta do vosso orgulho, e se falirdes, apressai-vos em reparar o mal, de outro modo o remorso será a vossa punição; quanto mais tardardes, mais a reparação será penosa e o suplício prolongado."
( Um Espírito )


( Texto extraído da "Revista Espírita", Agosto de 1867, de Allan Kardec )

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