ALLAN KARDEC

quinta-feira, 13 de março de 2014

O PROGRAMA E PLANEJAMENTO DA REENCARNAÇÃO


"Temos falado das programações elaboradas no Mundo Espiritual para cada vida que iniciamos na Terra. Tais projetos envolvem complexidades que mal podemos imaginar, tais como pesquisas do passado, avaliação de possibilidades futuras, identificação e localização de pessoas com as quais devam se negociadas futuras atividades, atento exame de condições sob as quais os Espíritos programados para uma tarefa coletiva tenham de renascer, como deverão ser encaminhados, que tendências estimular, desestimular ou combater, que virtudes enfatizar, que erros corrigir, até onde poderão suportar pressões corretivas, que problemas devem "ficar para mais tarde", em outras existências.
Enfim, é um mundo de imponderáveis, de incertezas e de probabilidades, nas quais inúmeras variáveis são postas em discussão e avaliação, a fim de armar-se um esquema viável, dentro do possível, ainda que nem sempre o ideal.
No entanto quantas vezes, depois de tudo equacionado e montado, os Espíritos vêm para carne e deixam de cumprir a parte que lhes toca e tudo se desarruma de novo!
Às vezes os compromissos perante a Lei são tão sérios que os Espíritos acham que não mais como retornar sobre os seus passos, a fim de reconstruir seus destroçados mundos íntimos.
Esquemas programados para serem superados acabam gerando situações insuperáveis.
É que por melhores que sejam as intenções que trazem os Espíritos, uma vez no corpo, mergulhados atrás do denso véu da carne, parece que as tendências negativas são reativadas e potencializadas e voltamos a cometer os mesmos enganos e a excitar o mesmo tipo de paixão que viemos precisamente para combater e dominar.
Renascemos para aprender a dominar a nós mesmos e voltamos a ceder ao impulso de dominar os outros.
O problema consiste em que trazendo ainda mais ou menos intactas persistentes matrizes do mal, a que nos acostumamos, nosso programa de vida começa, imperceptivelmente, a desviar-se.
Antigos comparsas insistem em arrastar-nos de volta ao crime, aos desatinos dos sentidos, à bebida, à irresponsabilidade.
Acresce que se torna mais fácil encontrar aquele que reacende em nós antigas paixões, que estão adormecidas sobe as cinzas, do que o companheiro mais experimentado e consciente.
Fica sempre a alternativa de buscar os Evangelhos, as inspirações de que necessitamos para encontrar o rumo certo e nele nos mantermos.
O mal contemporiza e se acomoda; o Evangelho não.
Qual a motivação de tudo isso?
Uma só: o medo da dor.
Fomos valentes para errar, mas somos covardes para enfrentar as consequências do erro.
Retornamos a um mundo onde é muito mais fácil e atraente deixarmo-nos levar pela acomodação com o equívoco do que resistir ao envolvimento e viver com bravura uma existência, senão austera e severa, pelos menos razoavelmente decente e contida."

Hermínio C. Miranda

( Texto extraído do livro "Nossos Filhos são Espíritos", de Hermínio C. Miranda )

Nenhum comentário:

Postar um comentário