ALLAN KARDEC

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O AMOR

O AMOR, conforme o pesamento do Apóstolo do Espiritismo, LÉON DENIS



"O amor, como comumente se entende na Terra, é um sentimento, um impulso do ser, que o leva para outro ser com o desejo de unir-se a ele.
Mas, na realidade, o amor reveste formas infinitas, desde as mais vulgares até as mais sublimes.
Acima de tudo, Deus é amor. O amor é um sacrifício; Deus hauriu nele a vida para dá-la às almas.
O amor conjugal, o amor materno, o amor filial ou fraterno, o amor da pátria, da raça, da Humanidade, são refrações, raios refratados do amor divino.
O amor é mais forte do que o ódio, mais poderoso do que a morte. Se o Cristo foi o maior dos missionários e dos profetas, se tanto império teve sobre os homens, foi porque trazia em si um reflexo mais poderoso do Amor Divino. Jesus passou pouco tempo na Terra; foram bastante três anos de evangelização para que o seu domínio se estendesse a todas nações. Não foi pela Ciência nem pela oratória que ele seduziu e cativou as multidões; foi pelo amor!
Cada alma é um sistema de força e um gerador de amor, cujo poder de ação aumenta com a elevação.
As almas constituem também agrupamentos separados, famílias que se foram pouco a pouco formando através dos séculos, pela comunidade das alegrias e das dores. A verdadeira família é a do Espaço; a da Terra não é mais do que uma imagem daquela.
Quem pode descrever os êxtases que proporciona às almas purificadas, que chegaram às cumeadas luminosas, a efusão nelas do amor divino e os noivados celestes pelos quais dois Espíritos se ligam para sempre no seio das famílias do Espaço, reunidas para consagrarem com um rito solene essa união simbólica e indestrutível? Tal é o himeneu verdadeiro, o das almas-irmãs que Deus reúne eternamente com um fio de ouro.
Entre os que caminham neste mundo, solitários, entristecidos, curvados sob o fardo da vida, há os que conservam no fundo do coração a vaga lembrança de uma família espiritual. Se pensamento vai muitas vezes, durante a vigília e mais ainda, durante o sono, reunir-se aos seres queridos que os esperam na paz serena do além. A esperança semeia de flores austeras os atalhos que eles percorrem.
Todo poder da alma resume-se em três palavras: - Querer, Saber, Amar!
Acima, porém de tudo é preciso amar.
Amemos, pois, com todo poder do nosso coração e todos aqueles que nos rodeiam receberão nossa influência, sentir-se-ão nascer para nova vida.
Ó homem, procura em volta de ti as chagas a pensar, os males a curar, as aflições a consolar. Alarga as inteligências, guia os corações transviados. Ilumina, levanta, purifica! Que importa que riam de ti! Que importa a ingratidão e a maldade levantem na tua frente! Aquele que ama não recua por tão pouca coisa; ainda que colha espinhos e silva, continua sua obra, por que esse é seu dever, sabe que abnegação o engrandece.
Aprende a amar! O amor é o resumo de tudo, o fim de tudo. Amar é o segredo da felicidade. Com uma só palavra o amor resolve todos os problemas, dissipa toas as obscuridades. O amor salvará o mundo, seu calor fará derreter os gelos da dúvida, do egoísmo, do ódio; enternecerá os corações mais duros, mais refratários.
Mesmo em seus magníficos derivados, o amor é sempre um esforço para a beleza. Nem sequer o amor sexual, o do homem e da mulher, deixa, por mais material que pareça, de poder aureolar-se de ideal e poesia, de perder todo o caráter vulgar, se, de mistura com ele, houver um sentimento de estética e um pesamento superior.
Somente Deus é o amor na sua plenitude. Deus gera e chama o amor, porque é Beleza infinita, perfeita, e é propriedade da beleza provocar o amor.
Não há homem, por mais perverso, por pior que seja, que numa hora de abandono e sofrimento, não veja abrir-se uma fresta por onde um pouco da claridade das coisas superiores e um pouco de amor se filtrem até ele.
Basta ter experiementado uma vez só estas impressões para não as esquecer mais. E quando chega o declínio da vida com suas desilusões, quando as sombras crepusculares se acumulam sobre nós, então estas poderosas sensações acordam com a memória de todas as alegrias sentidas, e a lembrança das horas em que verdadeiramente amamos cai como delicioso orvalho sobre nossas almas dissecadas pelo vento áspero das provações e da dor."



( Texto extraído do livro " O Problema do Ser, do Destino e da Dor ", de LÉON DENIS, editora da FEB ).

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